
Carregue Menos Fardos…..por Ricardo
14 de março de 2014
Viagem a Lisboa…..por Nilsa
14 de maio de 2014Postado por Juliana
Linda viagem dos casais Aires e Marisa, Ari e Juliana, feita em setembro/13
Programamos nossa segunda viagem à Europa já no início de 2013, incluindo Áustria, Itália e Rota Romântica da Alemanha. Com o auxilio da Carina – Senzatia Roteiros de Viagens – montamos um roteiro de 26 dias, para Setembro, passando por Roma, Toscana (vinícolas de Montalcino e região de Chianti, Pisa e Florença), o Lago di Garda, Verona, Veneza, Montanhas Dolamitas, Austria (Innsbruck e Haus Martha – uma moradia aos pés do Zugspitze – montanha mais alta da Alemanha) e Rota Romântica da Alemanha até Frankfurt, onde encontraríamos a Carina para finalizar.
Assim, viajamos no dia 02 de setembro de 2013 às 10:05 da noite, no Voo da Tam saindo de Guarulhos (SP) até Paris (Charles de Gaule) com conexão para Roma (Alitalia) no dia 03. Carol nos levou até a casa de Aires e Marisa em Joinville às 13:30 do dia 02. Seguimos para o aeroporto Afonso Pena em S.José dos Pinhais. Viagem tranquila, dia de sol. Chegamos cedo no aeroporto, embalamos as malas com plástico, tomamos café e seguimos no voo da Tam para Guarulhos as 18:40. Chegamos em São Paulo com tempo bom, malas foram diretamente despachadas para Paris. Lá teríamos duas horas para passar na alfândega, pegar as bagagens, ir de trem até o terminal de embarque a Roma. O voo era da Alitalia, por isso o transbordo das malas. Antes do vôo S.Paulo-Paris, ainda comemos num barzinho chamado Eisenbahn em Guarulhos – Atolados na cachaça (calabresa com cebola e pãozinho). Estava ótimo, com um chopinho para começar! O vôo até Paris foi tranquilo, porém desconfortável como qualquer viagem de avião de 12 horas. Não conseguimos a poltrona CONFORT. Avião Lotado. O jantar foi servido logo após a decolagem – era macarrão com molho de tomate ou peito de frango com arroz – muito sem graça, mas tomamos um vinho tinto seco para relaxar. Nosso assento não tinha vídeo funcionando. Viajamos a noite inteira sem poder usar o brinquedinho. Mas chegamos em Paris lá pelas 15 h ( 10h de Brasília). Passamos na Alfândega – até que foi rápido – mas as malas demoraram para chegar na esteira. Seguimos para o trem que nos levaria ao Terminal 2F da Alitalia – onde pegaríamos a conexão para Roma. O trem chegou rápido, mas o trecho era longo. Descemos do trem, seguimos placas e esteiras rolantes que não tinham fim. Não encontramos nenhum letreiro com Alitalia, até que descobrimos que tínhamos que embarcar num terminal da AIR FRANCE! – claro, estávamos na França! Ainda bem que o vôo para Roma estava um pouco atrasado. Mas para dar tempo tivemos que furar a fila, graças à decisão do Ari e da educação dos outros passageiros que estavam na fila que furamos! Então fica a dica para a próxima viagem – duas horas para conexão de Paris para Roma é muito pouco tempo!!
No avião, no trecho Paris-Roma, sentei ao lado de uma japonesa calada, que estava na janela – mas ela percebeu que eu queria tirar fotos da Toscana – de cima! Marisa conseguiu fotografar alguns picos dos Alpes um pouco antes. Vi vários lagos redondos perto de Roma, um deles era o de Bolsena, perto das cidades de Bagnoregio e Pitigliano que visitaríamos uma semana depois. O aeroporto de Fiumicino fica a beira mar. Mas como estávamos sentados do outro lado do avião não vimos o mar do avião. Chegamos na hora do por do sol. Quando desembarcamos do avião parecia que estávamos em Salvador – assim abafado e quente! Malas chegaram bem, esperamos o shuttle que havíamos pago no Brasil para ir ao HOTEL ALPI – Rua Castelfidargo 80 ( próximo à Piazza Independência e da Estação Termini – a central de ônibus e trens de Roma). Depois de algum tempo de espera fomos de van em direção ao centro de Roma. Como já era noite, não nos localizamos bem nos vários hotéis aonde a van parou, parecia ser numa região meio abandonada, e no meio de construções muito antigas. O trânsito era agitado, porém não tão caótico como haviam nos falado! Chegando ao nosso hotel, a região parecia bem simpática. Enfim instalados. Marisa e Aires ficaram com um quarto logo no primeiro andar do Hotel Alpi– só precisavam subir uns 10 degraus. O nosso quarto era no 2,5 andar. Íamos até o terceiro andar de elevador, depois descíamos um lance de escadas, andávamos uns vinte metros de corredor até chegar no nosso quarto. Isso logo me lembrou de Paris, o elevador ia até o 3,5 andar e tínhamos que subir mais um lance de escadas… Mas o tamanho do elevador era normal, e não super pequeno que nem o de Paris… Nosso quarto era espaçoso, banheiro confortável, ar condicionado que não gelava muito. Edredom leve, branquíssimo. Dois colchões juntos formavam a cama de casal (aliás vimos isso em toda a viagem, sempre duas camas de solteiro juntas). O quarto tinha carpê e a janela dava para a Rua Castelfidargo. Lá passamos 5 noites – até domingo .
Estávamos com fome – eram 10:00 da noite? Ou mais? Jantamos ao lado do hotel, numa Tratoria de família recomendada pelo atendente do hotel – bom atendimento, vinho Chianti Clássico e água mineral – era servida numa garrafa azul – parecia água de torneira – já vinha aberta – comemos macarrão a carbonara com uma salada de alface, pepino, tomate e pimentão bem gostosa! Nossa mesa ficava na calçada, havia um deck para as mesas e um toldo que cobria as mesas. Os carros passavam ao lado das mesas. Nos dias seguintes descobrimos que isso era o detalhe de todos os restaurantes de Roma. Dormimos bem, a noite inteira, e no dia seguinte é que começou nossa viagem.
Dia 04 quarta-feira
Café da manhã do Hotel Alpi era muito variado e com o melhor pão integral da viagem. Cada um cortava a sua fatia. Além de salada de frutas, iogurte de baunilha – maravilhoso – frutas desidratadas, passas brancas gigantescas, ameixas, pêssegos em calda, havia uma variedade de doces e bolos. O café e o leite era servido na mesa. Já cedo sentimos o calor de Roma. Fomos a pé até a praça dos ônibus – Termini – para pegar o ônibus turístico – GLT. O ingresso já tínhamos comprado no hotel. Os vendedores de água e chapéus rodeavam o ponto de ônibus e as filas com turistas era enorme. Sol de rachar. Tivemos que comprar água e bonés dos vendedores de Bangladesch. Vestidos de turistas, embarcamos no ônibus e sentados apreciamos ROMA ANTIGA.
A primeira parada do GLT foi na Igreja Santa Maria Maggiore, bem perto da Termini, mas não descemos. Queríamos conhecer todas as atrações do ônibus e depois ir parando conforme o interesse, já que a passagem era para 3 dias. Mas o próximo ponto: COLISEU ! Parecia uma pintura! O ônibus fez toda a volta na praça, muito arborizada e bonita. Decidimos descer no ponto e iniciamos a visita. Ficamos na fila – mas não por muito tempo – e escolhemos uma visita guiada em espanhol. O grupo se reuniu e o guia nos explicou muita coisa – tudo em espanhol – pena que a gente não entende tudo! Mas foi muito legal. Andamos por todas as partes do Coliseu com exceção das que estão interditadas, como as inferiores. O acervo do local está em permanente restauração. Inclusive o reforço da estrutura – que foi saqueada durante várias épocas, inclusive para construção de igrejas em Roma, acreditem!! .
Algumas informações históricas do Coliseu: Construído durante o Império Romano, entre os anos 70 e 80 de nossa era, durante os governos dos imperadores Vespasiano e Domiciano. Este anfiteatro era utilizado como palco de lutas de gladiadores, espetáculos com feras e até batalhas navais ( o Coliseu possuía um sistema que transformava a arena num grande lago). Em sua construção foi usado mármore, ladrilho, tufo e pedra travertina. Tinha capacidade de receber 90.000 espectadores. Foi danificado por um terremoto no começo do século V e restaurado posteriormente. No século XIII, foi usado como fortaleza militar. Entre os séculos XV e XVI foi alvo de saqueadores, que levaram boa parte dos materiais valiosos da construção. Em 2007 foi eleito como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo. É um Patrimônio da Humanidade UNESCO.
Saindo do Coliseu continuamos o tour, até o Vaticano, paramos na volta, na Via Corso e escolhemos um Restaurante para almoçar. Não tivemos muito sorte com o lugar, Ari e Aires comeram macarrão com molho bolonhesa (a Macarronada Italiana de Balneário e de Floripa ganham longe), a Marisa escolheu salada e eu comi um escalope com molho de cogumelos (até agora não sei se era carne de gado ou de porco). O chopp estava gelado e o local onde sentamos era bem agradável, numa rua só de pedestres, em que passavam muitos turistas. Quando fui ao banheiro para lavar as mãos não achei como abrir a torneira – a mão já estava ensaboada – pensei até que não tivesse água (se fosse no Brasil) mas então descobri um pedal no chão – era para abrir e fechar a água, de duas cores – azul para água fria e vermelha para água quente!
Andamos à tarde no comércio da Via Corso e arredores – para comprar bermudas para Aires e Ari e roupas leves para Marisa – o calor era por volta de 30 graus. Entramos numa galeria bem linda (deveria ser perto da Piazza COLONNA – torre imensa). Depois fomos à Fontana di Trevi que era ali perto. LOTADA. Mal conseguimos tirar aquela foto jogando a moedinha.
O monumento é lindíssimo, fica espremido entre as inúmeras construções, e lojinhas. Andamos um pouco, achamos uma sorveteria e ficamos apreciando o movimento dos turistas. Foi aí que comi um sorvete de frozen iogurt com salada de frutas inesquecível (as frutas eram morangos, pêssegos com casca, uva, kiwi, abacaxi, maçã – todas num corte diferente do nosso, maior e irregular). Aires tomou um refresco de limão siciliano e Ari escolheu um Campari e soda. A atendente era uma figura – já tinha tomado todas – mas era muito atenciosa. Pegamos o GLT novamente para voltar ao Hotel. No final ainda fomos na feirinha da Termini procurar um vestido. Mas não tinha nada atrativo. Os vendedores também eram de Bangladesh. Descansamos um pouco no hotel e depois fomos jantar em outro restaurante indicado pelo atendente do hotel (na região tinha um restaurante ao lado do outro). Restaurante Tratoria di Vicenzo – também era familiar, os garçons arrumavam os pratos perto de nossa mesa, alcançavam sobremesas e bolachinhas com as mãos… Mas a comida foi muito boa, entre Raviolis, canelonis e ossobucos. Sobremesa Tiramisu. Foi em frente ao Hotel Alpi , quando íamos a pé até o restaurante, que tivemos o único incidente na viagem. Fomos abordados por dois homens, que se anunciaram como policiais, pediram nossos documentos e perguntaram se usávamos dinheiro na cintura e se portávamos droga. Ari simulou entrar no Hotel e eles rapidamente fugiram! Fomos agradecer no dia seguinte na Capela Sistina.
Dia 05 Quinta feira Havíamos agendado a visita ao Museu Vaticano pela internet para este dia, às 10:30. Saímos do hotel uma hora antes e fomos via ônibus turístico. Chegamos na parada da Via dela Conciliazione:
Andamos a pé até a Piazza S.Pedro, seguimos pela Via di Porta Angelica. Lojinha atrás de lojinha, com souvenires do Papa. Havia fila para a entrada ao Museu Vaticano, mas só para quem ainda não havia comprado ingresso. Fomos então direto para a entrada. Lá dentro, mais gente aguardando as escadas rolantes liberarem a subida. Lá em cima fomos seguindo as setas da Capela Sistina, “percourso breve” mas passamos por várias galerias, todas com inúmeras pinturas no teto, tudo muito dourado, grandioso mas pesado. Olhei as obras do lado artístico, pois se pensarmos pelo lado religioso é demais! Para que tanto?
No interior da Capela Sistina não era permitido fotografia nem conversa. Muitas pessoas lá dentro, famílias com crianças em carrinhos, grupos religiosos, pessoas de todas as raças do mundo. Um momento para observação e também para agradecimento pela viagem e pela ocasião de conhecer tão conhecida Capela.
Na volta ainda outras galerias, Sala dei Papiri e no final o Museu Filatélico e Numismático – selos só de papas. A duração de nossa breve visita foi de duas horas. Havia ainda muitas alas a percorrer. Mas fomos tomar um café e depois passeamos pelo jardim ao lado do Museu. Voltamos até a Praça S.Pedro pelo mesmo caminho da ida. Naquele dia o Papa não iria aparecer, somente no sábado à noite, quando falaria especialmente ao povo da Síria. Resolvemos não visitar a Basílica de S.Pedro internamente, pois a fila era imensa e o sol, de rachar. Grupos com turistas iam se atravessando, seguidos de seus guias com sombrinhas, flores ou bandeiras para orientação. Quando reli as instruções da Carina, já de volta ao Brasil, descobri que havia uma passagem “secreta” pelo Museu do Vaticano até a Basílica – poderíamos te-la visto! Voltamos à Roma, paramos na Via Veneto, almoçamos numa esquina, numa sala na calçada do Restaurante Conte di Galluccio – salada com Mozarella de búfala, macarrão com molho pesto, alcachofras e lasanhas. Após o almoço andamos a pé pela avenida e retornamos ao hotel pelo ônibus turístico. À noite fomos jantar no Restaurante Alfredo, indicado pelo Enio (Mauro do pão de queijo). O prato da casa é o fettuchini Alfredo – com molho branco e queijo pecorino ralado, preparado na mesa do cliente. A “Magali” da turma recebe o prato maior. Vinho da casa, salada de frutos do mar como entrada. Eu fui chamada de Magali porque recebi o prato grande, mas todos se arrependeram de não terem pedido quatro pratos ao invés de dois!!
No retorno ao Hotel ainda fomos ao terraço e encontramos um casal de portugueses (ela muito simpática e conversadora – Isabel). Foi aí que o garçon (também de Bangladesch) ficou bravo com o Ari quando o chopp não estava com a espuma certa. Depois de muita conversa ele se acalmou e conversou um pouco sobre sua vida em Roma.
Dia 06 sexta-feira
Outro dia quente e com sol forte. Voltamos ao parque do Coliseu para conhecermos o Palatino.
Que passeio lindo! – um parque só com ruínas e muito arborizado. Visitamos o Museu do Palatino, Circo Máximo, Arco de Constantino, tiramos fotos da cidade de Roma – esse parque fica no alto e toda a parte da ROMA ANTIGA aparece numa só foto. O impressionante é que as pesquisas arqueológicas continuam ininterruptamente (começaram em 1985) . De lá voltamos de ônibus turístico até a praça Independência (perto de nosso hotel) e almoçamos no Café Floriano’s – salada de manjericão, queijo de búfala com tomates (Capri) e filé com salada e muitos cogumelos. Descansamos no hotel, recarregamos a bateria da máquina fotográfica e lá pelas 16h fomos de táxi até a R.Sardegna 30 (pertinho da Via Veneto onde havíamos almoçado no dia anterior) para checar o aluguel do carro que havíamos reservado na Hertz. De lá fomos a pé até a Praça Espanha:
E depois para a Praça do Papolo:
Foi uma caminhada e tanto. Observamos aquele povo todo nas fontes – estava quente e não escapamos de um maravilhoso sorvete italiano! Voltamos ao hotel de táxi – passou pelos jardins da Vila Borghese e à noite fomos a pé novamente jantar num restaurante “das Famílias” e provamos a primeira pizza italiana da viagem – cada pessoa recebe uma pizza inteira em seu prato. Massa fina, queijo sem exageros, muitos cogumelos e presuntos diversos. O Ari pediu o vinho da casa – veio numa jarrinha de cerâmica. Diz ele que estava bom. Bom e barato nosso jantar.
Dia 07 sábado
Iniciamos o dia visitando o Museu Nacional Romano Dele Terme di Diocleziano.
Para quem normalmente não é fanático por museus, esse era muito interessante. Lembrar que naquela cidade já havia na época dos romanos uma civilização tão adiantada nos fez viajar no tempo. O museu ficava perto do hotel e também em frente à estação Termini. De lá visitamos a Basilica Sta. Ma. Degli Angeli (lindíssima, Marisa teve que colocar um casaquinho pois não podia entrar de vestido decotado numa igreja! – como a Carina havia nos falado). De lá fomos caminhando sem pressa pela Av. Nazionale – a rua das lojas – entramos em várias, compramos mais roupas fresquinhas e enfim as bermudas do Ari e Aires. O calor era demais! Achamos um restaurante numa ruela, de nome Perdingianu & Cocoriga (tipicamente sardenho) entramos e gostamos do lugar. Pedimos risoto e massa com frutos do mar, gambas, vongoles e ovas. Muito bom. Depois seguimos mais um pouco a pé, mas fomos de táxi até o Campo de Fiori.
A famosa feira de frutas, verduras e tudo mais estava no fim, ainda deu tempo de comprar uma mini leiteira branca para servir “crema” com café. De lá voltamos a pé até o Teatro Marcelo.
Apreciamos as ruelas, arquitetura, o Rio Trevere. Pegamos outro táxi próximo ao Circo Maximo e voltamos ao hotel. A noite fomos jantar na praça Regina Margarida num grill – a vontade de comer um churrasquinho era grande – recomendado pelo atendente do Hotel Alpi.
Mais uma vez ele acertou. O grill era também pizzaria, mas escolhemos grelhados. Sentamos numa mesa bem em frente ao assador. O cozinheiro falava alto, até brigava com os colegas, o chefe ou dono do restaurante entrava lá e brigava também – como num teatro – e salgava a carne depois de assada, juntava as batatas de acompanhamento e jogava o prato pronto até o garçon levar ao cliente. Era muito engraçado. O Ari achou aquilo muito interessante e “cantou” a garçonete para ganhar uma camiseta do uniforme deles – era verde, polo, com bordado I BUTTERI, o nome do restaurante. Pesquisando no Google, o lugar oferece apenas carnes selvagens da região de Maremma / Grosseto. Voltamos ao hotel e depois desses dias tranquilos tivemos que fazer as malas. No dia seguinte iríamos até a Toscana, de carro alugado!
Dia 08 – domingo
Fechamos a conta no HOTEL ALPI, Ari e Aires foram buscar o carro na Hertz e eu e Marisa ficamos esperando, curiosas, não sabíamos qual carro ia ser – ou seria de novo uma van que não entrava nos estacionamentos, como na outra viagem? Enfim eles chegaram todos seguros, de GPS funcionando – havíamos carregado nossos GPS ainda no Brasil com todos os dados das estradas de toda a Europa e se um pifasse teríamos o outro de reserva. O mais complicado foi colocar as malas no porta- malas do Nissan cinza. A ajuda do recepcionista do hotel só atrapalhou. Mas elas couberam. Uma pequena foi na frente com a Marisa, claro – já desde o começo da viagem enrolados com malas? Um dia vamos aprender, mas afinal estávamos esperando muito frio! E os casacos de lã ocupavam espaço. Tudo bem, saímos de Roma às 10:00 muito rápido, transito bem tranquilo pela autoestrada A1 que vai até Firenze. Tínhamos 286km até chegar a Montalcino, nosso próximos destino, na Toscana. Primeiras paisagens de girassóis secos, estrada de ferro margeando a rodovia. Rio Tibre (ou Trevere, o mesmo de Roma) atravessamos em Ponzano R.Soratte. Primeiras plantações de uvas e oliveiras vimos em Magliano. Chegamos em Bagnoregio – cidade medieval, fundada a 2500 anos pelos etruscos – as 11:40 – depois de andarmos 125km. Conseguimos um estacionamento para o carro, mas tivemos que caminhar uma boa meia hora até chegar ao viaduto para pedestres e subir até a cidadezinha.
Lindinha, toda de pedras, flores, restaurantes, lojinhas, turistas. Olhamos tudo, haviam vários lugares muito interessantes – como aquela casinha antiga, onde uma senhorinha tentava abrir a porta com uma chave enorme – daquelas das historias dos contos de fadas – como o ateliê do Pinóquio – deu vontade de passar o dia inteiro lá, mas resolvemos deixar o almoço para a próxima cidade a ser visitada – Orvieto – a 28km dali.
Voltamos pelo viaduto – única forma de chegar e sair daquela cidade. Mais parecia uma ilha, que sobrava de um grande desabamento havido a muito tempo. Ao fundo observamos máquinas trabalhando num terreno muito arenoso – a região é um grande vale, do Rio Tibre (italiano) ou Tevere em latim, o mesmo que passa em Roma. Voltando ao carro, mais uma hora de viagem, chegamos à medieval Orvieto. Chegando à cidade, com muralhas intactas, demos uma volta de carro por dentro dela e voltamos para o primeiro Estacionamento da entrada da cidade. Haviam vários lances de escadas rolantes até chegar à cidade medieval. Já havia passado e muito do horário de almoço, parecia tudo muito fechado, era domingo. Nenhum restaurante nem loja abertos, apenas lojinhas com recordações da cidade. Mas encontramos um lugar simpático para almoçar – Sfizio Restaurant Food & Beverage – onde
comemos macarrão com trufas, macarrão com azeitonas e aliche, legumes grelhados e chopp para refrescar. Atendimento muito bom. Depois, passeamos pela parte central da cidade – a praça Duomo – a catedral – cidade tranquila, em cima de uma colina – murada – protegida dos ataques na época medieval.
Nessa cidade há pelo menos uma gruta para cada construção. Mas nem todas foram exploradas. Existe um passeio turístico por elas, mas não conseguimos fazê-lo devido ao horário. Ou almoçávamos ou visitávamos as grutas. Não se pode ver tudo! Essas grutas eram utilizadas como esconderijos tanto dos papas – na era medieval – como durante a segunda Guerra Mundial, como abrigo das bombas de ataques aéreos. De lá seguimos adiante, para Pitigliano.
Eram mais 57km, pela estrada circundamos o Lago Borsena, região com casas de veraneio e muitas plantações – girassóis já secos, tomates, flores. Quando chegamos em Pitigliano, simplesmente não conseguimos estacionar. Até entramos um pouco na parte medieval, mas vimos policiais e fizemos meia volta. Estava lotada de turistas, e já era final da tarde, resolvemos ir adiante, para Montalcino (ainda faltavam 80km para chegar ao destino final do dia). Passamos por Sorano, outra cidade de terracota (todas as construções da mesma cor, como Pitigliano).
A estrada que andamos não era a principal e foi ficando cada vez pior até encontrarmos uma placa de interrupção – estrada em manutenção. Mas como ainda dava passagem fomos indo, devagar, tirando fotos dos vinhedos e oliveiras, até escurecer totalmente – as 20:00 horas mais ou menos. Voltamos à estrada principal já quase em Montalcino. Chegando lá, percebemos que a cidade fica também num morro, a estrada principal margeia a cidade antiga, já no início vimos uma grande fortaleza, e o Hotel Del Capitanni em Montalcino, que havíamos reservado, era no final da cidade. Lá pelas 9 horas da noite, instalados no hotel, ainda fomos a pé até o centrinho – duas quadras de lá – e jantamos pimenta com macarrão e alho e óleo, num restaurante simples, que não anotamos o nome. Vimos muitas lojas – fechadas, é claro – e ficamos de voltar no dia seguinte, para explorar mais aquela cidade, Montalcino.
Dia 09 segunda-feira
Acordamos cedo, mais ou menos às 6 horas da manhã (no Brasil seriam 2 da madrugada!) com uma trovoada “italiana”. Choveu bastante. Na hora do café da manhã já havia parado de chover, estava nublado e menos quente do que nos dias anteriores. O café da manhã do hotel era muito bom. Não esqueço do iogurte cremoso que era servido numa enorme leiteira com cubos de gelo, delicioso! “artigiariale” – caseiro – dizia no recipiente. Da sala de café da manhã podíamos ver várias árvores de figos e ao lado havia a piscina. De lá se avistava toda a região da estrada de acesso a Montalcino – que havíamos passado no dia anterior, à noite. Colinas, plantações, ao longe se viam cidadezinhas. Na recepção nos deram uma relação de vinícolas que poderíamos visitar. Eram só 220! Eu havia pesquisado o caminho para a Matté Winery – a do livro que lemos antes da viagem – UM VINHEDO NA TOSCANA, de Terence Matté. Ficava perto da cidade de Montalcino, resolvemos ir até lá. “Alla rotonda, com la Fortezza ala tua destra, segui le indicazioni per Grosseto. Dopo 2,7km gira a destra in direzione Tavernelle…. Santa Restituta… Dopo 1,5km sulla strada sterrata lascerai ala tua destra uma chiesa com campanile. Noi Siamo ala Prossima abitazione (sulla sinistra) dopo 300 metri. Troverai um cancelo in ferro battuto (com la mostra insegna sulla destra)” – entenderam o italiano? Não era bem assim, mas chegamos lá.
O sol já estava brilhando, paramos nosso Nissan embaixo de uma enorme oliveira. Ao lado da estrada haviam vinhedos com cachos de uvas roxas – quase no ponto de colheita. Andamos uns metros e vimos a casa de pedra tão bem descrita no livro! O jardim era perfumado de alecrim, como no livro! Logo vimos uma moça chegando para nos recepcionar – era a Alessandra do email que eu enviara à vinícola, mas que ficara sem resposta. Perguntando em inglês se podíamos visitar a vinícola, ela chamou logo a dona da casa, Candence sim, a Candence do livro que nos mostrou toda a propriedade, explicando detalhes como a porta dos fundos, o forno onde ainda assavam pão como antigamente e nos levou a uma sala para degustação do vinho. E contou mais histórias do livro, da região, do filho – que administra a vinícola – tudo em inglês. Pena não termos tirado uma foto sequer com ela! Saímos de lá nem acreditando ser verdade a visita. Apreciamos mais uma vez o jardim antes de entrar no carro, e seguimos adiante na estradinha – paramos em outra vinícola – FATTOI – que também faz o vinho BRUNELO DE MONTALCINO – uma vinícola mais simples, antiga mas reformulada, ainda em obras, familiar. A própria filha do dono nos ofereceu do vinho por eles fabricado. No meio dos trabalhadores, passamos pelos tonéis de inox, o cheiro de vinho entrava no nariz e perfumava todo o lugar. Ainda passeamos pela estradinha de chão, chegamos até a Chiesa (igreja) S.Restituta e tiramos umas fotos. Toda de pedra, com um jardim lindo! Como esses italianos são caprichosos! Haviam poucas casas na região, eram quase somente vinícolas e intermináveis plantações de oliveiras. Muitos cedros – de cor mais escura – completavam a paisagem!
Do nosso roteiro, naquele dia iríamos a Montepulciano Pienza e região
Seguimos pela estrada, chegamos a Montepulciano – estacionamos o carro e andamos a pé por muitas ruas em curvas, com casas de no máximo três andares de cor cinza e bege, cheias de lojas e restaurantes, subimos bastante até a rua principal, onde localizamos o Caffè Poliziano – um dos locais indicados pela Carina. Entramos para ver o local, a decoração era em “art deco” e resolvemos almoçar ali mesmo, no final do restaurante, num terraço que tinha uma vista linda para toda a região, uma planície, até o lago de Montepulciano (fica na divisa entre a Toscana e a Umbria). Comemos umas saladas com presunto parma, uns mini quiches (tinham outro nome, mas não lembro agora) de legumes e queijo. Acho que não pedimos sobremesa, mas sei que foi uma refeição muito agradável. Houve até uma observação de pombos durante nosso almoço que rendeu algumas gozações na nossa viagem. Sim, pombos, que temos muitos aqui no Brasil e em todos os lugares do mundo! Mas eles eram italianos, e estavam fazendo ninhos dentro da parede da construção vizinha ao Café. E uma foto deles ficou muito bonita! Assim é a Itália, nos deixou encantados! Depois do almoço andamos ainda um pouco pelas ruas de Montepulciano, mas não sei porque não tirei nenhuma foto. Quando voltamos à noite para o hotel, pensei: amanhã tenho que tirar mais fotos para lembrança desses lugares inesquecíveis! Adiante entramos na cidade de Pienza. É um lugar que quando chegamos pensamos ser uma cidade “normal”, com residências, comércio, etc, mas havia a parte medieval. Estacionamos o carro bem perto dela. Lembro que entramos num antiquário que tinha muitas balanças de precisão e que lá também havia muitas friambrerias – com porcos/javalis expostos para venda dos presuntos. Numa delas, uma senhora sisuda não quis nos dar muitas explicações, já que não íamos comprar a mercadoria. A casas antigas eram um pouco diferentes das outras cidades que visitamos, não havia subidas, era tudo no mesmo plano. E todas as casas tinham muitos vasos floridos e trepadeiras. Ao lado da igreja pudemos apreciar todo o vale. Havia muitos turistas andando por lá, faziam parte de excursões – a maioria pessoas de idade. Pienza é famosa pelos seus queijos de cabra. Seguimos adiante, ainda passamos por S.Quirino D’Orcia. depois voltamos a Montalcino, para nosso hotel – Del Capitanni.
Descansamos um pouco e à noite caminhamos morro acima em direção a cidade de Montalcino propriamente dita, ainda conseguimos algumas lojas abertas, uma mais fofas do que as outras, com artigos de decoração, vinhos, macarrões, enfim artigos direcionados ao turista, lembranças da cidade. Fomos a um restaurante indicado pelo hotel – queríamos comer frios e vinho – Osteria Osticio – foi muuuito bom.
O lugar era famoso, não conseguimos lugar dentro do restaurante, tivemos que ocupar uma mesa na calçada – estava até friozinho naquela noite – e pedimos vários tipos de entradas, com pão italiano e salames e queijos de ovelha e de cabras – especialidade da região de Pienza, que havíamos conhecido à tarde. Um saber forte, mas que combinou com os acompanhamentos da tábua – morangos, geléias, pimenta etc. A garçonete serviu o vinho com todo um ritual. “Lavou” as taças com vinho, depois esquentou-os com movimentos giratórios e finalmente serviu o vinho para degustarmos. Uma noite inesquecível, certamente! Mais alguns comentários do hotel: ficava numa das extremidades da cidade, num edifício do século XVIII, não tinha grandes áreas comuns mas o quarto era perfeito. Havia uma porta-janela com varanda da onde se avistava todo o vale D’Orcia. Como nas fotos da Toscana – não era foto, era a paisagem! À noite vimos várias cidadezinhas iluminadas – eram S.Quirino D’Orcia, e Pienza. Bem longe dali parecia Orvieto.(confirmei essa informação com o atendente do hotel no dia seguinte). Todas elas ficavam em colinas. A janela do banheiro era redonda, em forma de escotilha, o dono devia ter sido marinheiro! Um hotel que podemos indicar, e voltar! A temperatura daquela noite estava mais baixa, mas dormimos com janela aberta, vendo as estrelas do céu da Toscana!
Dia 10 de setembro – terça feira – Rumo a Siena
Às 9:30 com sol e 20 graus, seguimos viagem até Siena (40km de Montalcino). A placa dizia TUTTE LE DIREZIONI e nesta direção fomos! Já estávamos nos acostumando às placas italianas! Chegamos a Siena às 11:00, depois de percorrermos uma estrada tranquila, onde só podíamos andar a 50km/h, com campos de girassóis secos, vinhedos e casas antigas. Eu diria que um pouco parecida com a região da Provence, perto de Avignon, na França. Estacionamos o carro no Parking de nome Fortezza. Andamos em direção ao centro, Siena é uma cidade bem grande, comparada com as que havíamos visitado a partir de Roma. Prédios medievais, com muitas bandeiras representativas da cidade, e portas em grades de ferro. Por cima das ruas – só liberadas a pedestres – vimos construções que ligavam um prédio ao outro lado da rua, e passávamos por baixo dos arcos.
Algumas informações sobre Siena:
“A grande influência da cidade como pólo cultural, artístico e político é iniciada no século XII, quando se converte num burgo autogovernado, republicano, substituindo o esquema feudal. Porém o esquema político conduziu sempre a lutas internas entre nobres e externas com a cidade rival, Florença. Data do século XIII a ruptura entre as facções rivais dos Guibelinos de Siena e dos Guelfos de Florença, que é contada na Divina Comédia de Dante. Em 1348 a peste atacou a população e a cidade começou a decair.”
Das inúmeras atrações da cidade, vimos a PIAZZA DEL CAMPO, o Duomo, igreja enorme que fica na praça do Museo di Santa Maria dela Scala Pinacoteca Nazionale. Optamos por não entrar nos museus, mas tentamos subir na Torre del Mangia e ficamos na fila para comprar entrada (Museo Civico + Torre del Mangia custava Eur 16,00 por pessoa) mas desistimos, pois nos informaram que a demora para a subida estava em 45 minutos – depois havia ainda 505 degraus!! Observamos, enquanto esperávamos na fila, uma construção inacabada desde a Idade Média, decerto da época da peste!
Almoçamos num lugar meio “bistrô”, com mesas pequenas, cheio de turistas, o atendimento deixou a desejar, a atendente não tinha nenhuma paciência em esperar nossas escolhas, e não fomos muito felizes com a escolha da comida – Aires escolheu uma carne com recheio – ainda não descobrimos que carne era, miolo ou frango?? – nem lembro o que almocei aquele dia – acho que foi um filé com cogumelos ou algo parecido. Enfim, descansamos um pouco, andamos mais pelas ruas de Siena, vimos o Panforte
nas confeitarias – um doce tipo Stolen muito bom – com bastante figos e frutas secas, coberto com açúcar de confeiteiro. Até procurei a receita na internet e pretendo experimentar no Natal (de 2013 não deu). Saimos de Siena às 17:00 com sol de 29 graus.
Próxima cidade a visitarmos foi Monteriggioni ( 15km de Siena ).
Pequenina e toda murada, para variar. Compramos entrada para passear por cima da muralha, avistamos campos com muitas plantações. A cidade é formada por apenas umas duas quadras, com lojas e restaurantes, todas as construções são de pedras. Até o estacionamento está cercado de oliveiras, lindo lugar. O município de Monteriggioni faz divisa com Siena e Poggibonsi, cidade para onde seguimos e pernoitamos nas três noites seguintes.
Hotel Villa S.Georgio – localizamos este hotel apenas com as coordenadas do GPS. Sem GPS? Não sei se chegaríamos. Entramos na cidade de Poggibonsi Sul – cidade com características industriais – e perguntamos sobre o Hotel. Tivemos que voltar à estrada, entrar no trevo de Poggibonsi Nord e seguir 3km. Região linda de vinhedos e plantações de oliveiras, distribuídas sobre as colinas. Estradas estreitas, passava só um carro, dava vontade de parar a cada curva para tirar fotografias. Enfim chegamos ao hotel. Parecia meio abandonado, com muitas folhas caídas no jardim. Havia estacionamento para o carro, piscina e uma área coberta com mesas e cadeiras. Alguns hóspedes estavam sentados lá, conversando. Era final da tarde. Fomos bem recebidos, tivemos que levar nossas malas para o primeiro andar de cima, onde ficavam nossos quartos. Aires e Marisa ficaram com o quarto maior – banheiro, closet e duas janelas. O nosso quarto era menor, mas tinha tudo que precisávamos. Uma mesa para o computador, cama confortável e banheiro com ducha forte. Era um hotel longe de tudo, mas oferecia jantar aos hóspedes, desde que estivéssemos no local até as 19:00. Naquela noite lembro que choveu muito, com trovoada, e jantamos uns grelhados ótimos, com brusquetas e vinho da casa. A atendente arrastava inglês, falamos mais italiano do que inglês, mas era uma simpatia! Disse que adorava o Brasil, e que gostaria de conhecer nosso país. Estávamos em casa!
Dia 11 de setembro – quarta feira – San Gimignano, Volterra e Valle D’Elsa Saímos pela manhã do hotel, estava nublado e fresquinho (19graus) mas logo esquentou e saiu o sol. Fomos a San Gimignano, Volterra e Valle D’Elsa naquele dia.
San Gimignano é uma cidade maravilhosa – bem que haviam dito – tudo muito caprichado, restaurantes, praças, lojas, construções conservadas, todas medievais, de pedra, com muitas trepadeiras – agora no outono estavam bem vermelhas! Pareciam ser da frutinha que na Alemanha chamavam de Joanesberg, ou seria groselha? Não sei, mas era linda demais!
Bem na entrada da cidade de San Gimignano, vimos propaganda do MUSEU DA TORTURA. O assunto nunca havia me chamado atenção, mas decidimos comprar ingresso e entrar. Ele era dividido em dois espaços, um no local onde compramos o ingresso e outro mais adiante, na rua principal da cidade. Apavorante mas interessante, chega-se à conclusão que o ser humano é cruel desde os tempos de Adão e Eva, e que não só atualmente existem “maldades”. O que de repente gostaria de citar – vimos o burrico de orelhas compridas, que era colocado no canto das salas de aula, aonde os alunos desobedientes tinham que ficar quando desobedeciam o professor! Imaginem isso nos dias de hoje! Vimos simulação de todos os crimes, da fogueira de Joana D’Arc até a câmara de gás da 2ª.Guerra Mundial. Bem, saímos de lá e voltamos a ver coisas bonitas!
Tomamos um café na praça central para podermos ir ao banheiro, o Ari chegou a procurar o WC público – mas a placa indicativa não chegava a nenhum banheiro masculino. Falamos com muitos turistas – uma senhora do Canadá começou a conversar comigo sobre viagens pelo mundo – tudo em inglês, depois de uma semana só escutando italiano. Como é bom viajar e “usar” o inglês que havia estudado tantos anos antes! Assim fui ficando mais segura para “treinar” o alemão que teria que usar mais adiante na viagem… e desta vez, era só eu que falava alemão….
Fomos andando pela cidade de San Gimignano devagar, apreciando os prédios, construções de pedra, com suas torres intactas. No final das construções passamos por uma passagem medieval, vimos romisetas – aqueles carrinhos com três rodas, mas não em museus, mas em uso!! como transporte de mantimentos entre as ruelas onde somente pedestres podem passar.
Achamos um restaurante – IL PINO – da lista da Carina – onde almoçamos tranquilamente, a atendente gostou tanto de nos fotografar, que achei que ia gastar toda a bateria da máquina (eu ainda queria tirar outras fotos do lugar, não só de nós na mesa….) mas o almoço foi muito bom. Os suplats eram de couro, as louças com detalhes em dourado, a decoração do lugar muito caprichada. Escolhemos quatro pratos diferentes – Mariza comeu raviólis com molho branco e tartufos, Aires nhoques com molho vermelho, Ari escolheu macarrão com molho de carne de músculo e eu comi um risoto de Brunello e queijo. Depois seguimos para estrada em direção a Volterra.
Viagem muito agradável pelas estradas da Toscana:
Colinas, oliveiras, curvas, transito tranquilo, chegamos em Volterra lá pelas quatro horas da tarde, com sol forte, soprando um vento gelado entre as construções da cidade. Chegamos a voltar no estacionamento para buscar um casaco. Como as construções são todas em círculo, o sol acaba não batendo na maioria das construções, até as fotos que tiramos de lá ficaram bem escuras por isso. Volterra tem um parque enorme, no local onde a cidade foi fundada a princípio e incendiada durante as guerras com Florença, nos anos 1300. Ainda existem algumas fundações em estudo arqueológico. Volterra é a cidade do alabastro. Inúmeras lojas com artigos desse material, objetos de decoração bem sofisticados, comprei uma gargantilha para lembrança.
Volterra ficou famosa de alguns anos para cá, com a filmagem do filme CREPÚSCULO por isso notamos a presença de muitos jovens lá, o que não se nota em outras cidades da região em que passamos.
Ainda queríamos visitar um local mais afastado do centro de Volterra, onde aconteceram deslizamentos de terra e sobrou algumas construções “na pirambeira” – parecido com Bagnoregio. Mas já estava tarde, teríamos que voltar para Poggibonsi, ao hotel e antes ainda estava a cidade de Valle D’Elsa.
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Saímos de lá e seguimos em direção a cidade de Valle D’Elsa – era já bem perto de Poggibonsi. Uma cidade interessante, com a parte antiga em cima de um morro, com acesso somente com elevador. Parecia estar abandonada, mas notamos que alguns moradores estavam em casa. Visitamos uma fábrica de cristais e uma igreja com cheiro de mofo. Nessa parte havia apenas um restaurante, mas parecia que funcionava somente durante o dia. Resolvemos voltar à cidade baixa – mais moderna – para fazer uma refeição. Naquele dia não íamos chegar a tempo de jantar no hotel de Poggibonsi. E achamos um bela pizza – ótima e muito barata. Nosso jantar não chegou a Eur 20,00. Num restaurante pequeno, numa esquina, era também delivery, bem no centrinho da cidade. Chegamos ao hotel já no escuro, durante a noite também choveu bastante, desta vez sem trovoada. Dormimos bem para no outro dia conhecermos mais um pouco daquela região – CHIANTI.
Dia 12 de setembro – quinta feira – CHIANTI
CHIANTI é uma região onde se cultiva muita uva sangiovese para vinho. Fica entre as regiões de Siena e Florença.
O nome Chianti tem origem antiga, em 1404 já foi mencionado num documento. Mais tarde foram estabelecidas algumas normas relativas ao cultivo e colheita da uva na região. Em 1924 foi fundado um consórcio para a proteção do chianti clássico e o nome “Gallo Nero” (galo preto) foi escolhido como uma marca comercial. Em 1967, foi concedido o DOC a região de Chianti, nomeação que garante a origem controlada do vinho. Neste dia visitamos Castelina in Chianti, Panzano in Chianti, Greve in Chianti, Radda in Chianti e Gaiole in Chianti. Todas as cidades com características parecidas, distribuídas entre colinas cheias de oliveiras e vinhedos, numa das paisagens mais lindas de nossa viagem. A estrada se chama SS222 ou Via Chiantiana. A rota do dia somou 70km, cidades muito perto uma da outra.
Castelina in Chianti – a menor cidade da região, com uma só rua medieval, com trânsito único de pedestres. Acabamos não estacionando, apreciamos as construções de dentro do carro mesmo. Tiramos umas fotos ao lado de umas árvores com frutinhas roxas – parecia mirtilo, que estavam plantadas nas calçadas de toda a cidade.
Panzano in Chianti –
Naquele dia iria começar um evento na cidade, chamada VINO AL VINO – um festival gastronômico com vinhos de pequenos produtores da região. Acompanhamos uma rica degustação com um italiano vestido tipicamente – numa adega chamada ACADEMIA DEL VINHO. Com os mesmos gestos daquela moça de Montalcino no Restaurante Osticio, lavou as taças com vinho, degustamos devagar vários tipos de vinho, e mais – com chocolates e mel trufados!!! Ao som de música clássica italiana, num dia ensolarado – só nós mesmo, na Itália!
O que percebemos, tanto em Panzano como em Montalcino, que a degustação dos vinhos é um prazer para os italianos, e não fomos forçados a comprar nenhum produto. Realmente o turista lá é muito bem tratado! O Brasil tem muito a aprender, realmente! Esse momento foi o ponto marcante de nossa viagem.
Seguimos até a cidade de Greve in Chianti, onde almoçamos na praça central – Piazza Matteotti, comemos DOBRADINHA A FLORENTINA no Nerbone di Greve – restaurante típico da cidade, que respeita a tradição do lugar, com uma adega de vinhos bem diferenciada, antiga, com enormes garrafas de vinhos. A dobradinha acompanhava pão italiano e era temperada com muitos tomates, pimenta e sem o nosso feijão branco. Gostamos.
A Piazza Matteotti é um lugar muito diferente. Tem adegas de vinho, loja de artesanatos, igrejas, hotéis e restaurantes. Construções coladas umas nas outras, com varandas cobertas na frente. Tiramos fotos com um javali empalhado na L’Antica Marcelleria Falorni – um armazém que vende muitos embutidos. A cidade estava repleta de turistas, muitos de motocicletas bem incrementadas e outros, em grupos, viajando de bicicletas.
De lá seguimos para Radda in Chianti. Cidade muito simpática, com inúmeros restaurantes em terraços floridos e enotecas. Chamou-nos atenção também os artesanatos – muitos galos CHIANTI de um material leve – não sei se latão ou alumínio pintados.
Depois foi a vez de Gaiole in Chianti. A parte antiga, está dividida por um riacho, passeamos na pracinha central – parecida com Greve in Chianti, mas só para pedestres. Com muitas obras de arte na calçada, muito tranquila. Entramos num supermercado – comi um pêssego maravilhoso. Vimos muitas abobrinhas – tem a flor que é muito comum lá, também comestível. Numa lojinha de artesanato achei um mini copo com o galo de Chianti! Fomos até uma praça onde havia uma escultura de um galo enorme.
Os canteiros eram cheirosos, com plantas de alecrim enormes! Naquela hora vimos crianças saindo da escola, o que foi diferente, pois havíamos observado que em toda a região – Poggibonsi e Chianti – não havia crianças…. só adultos em suas propriedades. Voltamos ao hotel tranquilamente, apreciando as paisagens. À noite nossa refeição foi novamente no hotel, desta vez um macarrão à bolonhesa – gostoso, mas com bem menos carne do que a bolonhesa do Brasil….
Um detalhe engraçado de nossa viagem: em todos os hotéis percebemos um fio pendurado em cima das banheiras. Neste hotel de Poggibonsi também. Desde Roma isso me intrigava, mas não tive coragem de tocá-los. Marisa fez diferente. Como o quarto em Poggibonsi tinha um banheiro bem grande, havia dois fios pendurados. Ela amarrou os dois e fez um varal. Pendurou algumas roupas lavadas quando tocou a campainha do quarto, insistentemente. Eram os atendentes do hotel, perguntando o que estava havendo – o fio era um alarme de socorro!!!!!!!!! Porque muitas pessoas idosas viajam, e as banheiras são os locais onde alguns caem ou escorregam, e para isso serve o fio, para pedir socorro!!
Algumas paisagens da região de Chianti, entre oliveiras e vinhedos:
Dia 13 de setembro – sexta-feira – PISA e LUCCA
Neste dia saímos de Poggibonsi as 8:50h com sol e 15 graus em direção a Pisa. Via SR429 passamos pela cidades de Certaldo e Empoli, bastante movimento devido a agroindústrias. Muitos vinhedos, plantação de milho e sorgo. Voltamos a ver alguns campos de girassóis, secos. As 10:40 (90km) chegamos a Pisa, com 23 graus. Localizamos um estacionamento para o carro, tomamos um café na pracinha num local onde havia muitos produtos típicos italianos – macarrão com óleo de oliva e muitos temperos, bem como sorvetes artesanais. Caminhamos bastante, procurando pela famosa torre inclinada, atravessamos o Rio Arno e visualizamos inúmeras casas – todas coladas umas nas outras, de até quatro andares. Construções bem antigas, não diria bonitas, mas formavam um visual “italiano”. Passamos ainda por um mercado – roupas, comidas, artesanatos – enorme mas não paramos – nosso objetivo era ver a torre inclinada e ainda seguir para Marina di Pisa – ver o Mar Mediterraneo – Lucca e Pistoia, antes de Florença.
O Campo dos Milagres – Piazza dei Miracole – é a praça onde se encontram as maiores atrações de Pisa, e da ITÁLIA, além da Torre inclinada, o Campanário, a Catedral, o Batistério, o Museo delle Sinopie e o Camposanto Monumentale.
Curiosidades do Campanário-Torre de Pisa:
Construída em 1173 em solo arenoso e começou a inclinar em 1274 antes que o 3º piso estivesse terminado. Apesar das fundações superficiais, a construção prosseguiu e foi finalizada em 1350 (58,5m de altura). A torre literalmente desafia as leis da gravidade e desde muito cedo atraiu muitos visitantes, entre os mais famosos está Galileu. Galileu era um cientista pisano que usou a torre para uma de suas experiências: o movimento dos corpos em queda. As recentes intervenções conseguiram diminuir a inclinação da torre em aproximadamente 38 cm, reabrindo a torre para visitações, com previsão de que a construção permanecerá inalterada por mais 300 anos. São 296 degraus irregulares de escada em caracol e as filas para subida não intermináveis.
Realmente, um jardim gramado repleto de turistas! Tiramos inúmeras fotos, encontramos turistas espanholas, de Compostela. Curtimos muito esse local, sem pensar em subir na torre nem entrar nas igrejas e museus porque as filas eram realmente enormes. Com sol forte, resolvemos procurar um local para almoço. Voltamos a pé até o estacionamento, havia muitos barzinhos e restaurantes no caminho. Perto do Rio Arno havia lojas de grife, entramos numa para comprar malas – a bagagem estava aumentando….
Pisa margeia o Rio Arno e era um porto importante na Idade Média. Hoje vive do turismo. O Rio Arno sofreu um processo de assoreamento e hoje já não existe mais porto, e Pisa não fica mais a beira mar. Seguindo até Marina di Pisa vimos placas de Livorno – era pertinho também, mas preferimos procurar um restaurante em Marina (a 15km de Pisa). Passeamos um pouco na orla – cercada de muitas pedras, com praças de concreto sem nenhuma árvore.
Almoçamos no Restaurante da Gino, bem ao lado da marina. Um almoço que valeu o passeio até lá. Escolhemos o peixe que estava numa vitrine gelada. Os donos do Restaurante nos atenderam. A mesa estava muito bem decorada. Os suplaits eram de cristal, e havia vidros com areia e muitas conchas como enfeites de mesa. Cortinas cremes com suave música completavam o ambiente. Como o prato iria demorar, serviram uma entrada com polenta mole e molho de polvo. (nunca pensei em juntar esses dois ingredientes…). Muito bom! O peixe foi preparado no forno com batatas e legumes – abobrinha, pimentão vermelho e tomates cerejas. Escolhemos um bom vinho de Chianti para acompanhar a refeição. Sobremesa divina: sorvete de castanha com calda quente de chocolate e wafer, torta mousse de creme com morangos. O cafezinho foi servido numa xícara linda com tampa.
Após o almoço seguimos para Lucca. Aí o GPS nos enganou. Sempre indicava direção da auto-estrada. Fizemos mais de 50km até Lucca, e segundo o mapa que a co-pilota acompanhava seriam apenas 26km. Mas chegamos a Lucca. A paisagem da estrada é linda, ao longe se vê montanhas, e se chega à cidade pela parte nova, com comércio, prédios de poucos andares e moradias. Tudo ajardinado e muito florido. A parte antiga de Lucca é cercada por um muro da época medieval e muitos jardins, gramados e ciclovias. Paramos o carro em volta do muro e caminhamos pela parte antiga. Tudo o que Pisa não tem de “construções antigas” que atraem Lucca compensa. E é a terra do músico Pucini – tem a praça com seu nome, o museu e sua antiga casa. Fotos e mais fotos, tomamos um cafezinho numa praça para apreciar os pedestres e seus cachorros, e ciclistas, muitos! A cidade estava sendo enfeitada com inúmeros fios de luzes – e velas também. Quando anoiteceu ficou lindo! Passeamos a pé até cansar, ainda tomamos uma água com canapês num restaurante perto de um chafariz, voltamos ao carro estacionado, tínhamos que seguir viagem. Realmente Lucca seria o local para passarmos mais um dia.
Desistimos de entrar em Pistóia pois já estava bem escuro. Fomos pela auto-estrada A1 até Firenze. Nosso Hotel Panama havia concelado a reserva via internet e tínhamos achado outro – o NILHOTEL – que encontramos após algumas tentativas – o GPS não achava a rua que na reserva estava abreviada. Excelente hotel, estilo Hilton, com estrutura para receber grandes grupos. Chegamos ao hotel às 21h, após perceber que Firenze era uma grande cidade para explorar. Só fizemos um pequeno lanche de pão italiano (panini) com queijo e presunto no hotel e fomos descansar para o próximo dia…. Já havíamos decidido – antes de conhecer Florença queríamos voltar a Pistóia.
Dia 14 de setembro – sábado – PISTÓIA e FIRENZE
A cidade Pistóia fica a uns 30 Km de Firenze e havíamos passado no dia anterior por ela, na A1. Nossa idéia era conhecer o Cemitério de Pistóia, onde foram enterrados os soldados brasileiros da Força Expedicionária Brasileira – FEB que lutaram ao lado dos Aliados na Segunda Guerra Mundial.
Entramos na cidade, perguntamos umas três vezes onde ficava o local, encontramos um jardim muito bem cuidado, com placas de todos os soldados ali enterrados. Permanecemos lá por uma meia hora, a emoção tomou conta de nós…
Voltamos a Firenze em seguida, por uma estrada vicinal, atravessando a cidade de Prato. Muitas residências, região plana com cultivo de plantas ornamentais para jardins, passamos por muitos grupos de ciclistas.
A certa altura tivemos que parar na estrada por que um italiano estava tentando estacionar o carro – fazendo baliza – mas não estava conseguindo, o Ari buzinou e ele ficou “nervoso” gesticulava muito, dizia que não conseguia estacionar, até que um pedestre falou em italiano que tinha lugar de sobra! Foi um episódio bem engraçado!
Chegando a Firenze procuramos um estacionamento para o carro, em direção às atrações da cidade. Ficamos perto do Mercato Centrale, andamos a pé por ruas cheias de feirinhas, até compramos lenços italianos (ou da China?), almoçamos num box do Mercato que tinha macarronada e a dona era brasileira. Fomos atendidos em português. Estava lotado de turistas. Perto dali estava a Piazza Duomo – igreja enorme – é a maior das duomos construídas da época na Europa.
Ela é tão grande que parece exprimida entre as construções ao lado. É claro que não entramos, nem subimos até o terraço, porque havia muita fila. Seguimos então pela Via Cavour até a Piazza San Marco, no caminho entramos na exposição das obras de Leonardo da Vinci. Muito legal a exposição – interativa, você participa dos inventos dele. Na Piazza San Marco tomamos um sorvete. Voltamos pela mesma via. Aí começou uma passeata em prol dos animais – STOP AL MASSACRO ANIMALE. Passeata vigiada pela polícia, muitos participantes, cachorros, cartazes, na maior tranquilidade, sem agressões e tumultos. Até caminhamos um pedaço com eles até a Duomo. Voltamos ao carro, ainda passeamos pelas ruais centrais, muitos prédios da mesma cor, uma Avignon grande. Atravessamos o Rio Arno e avistamos a famosa PONTE VECHIO. Ela de longe é “Vechio” mesmo. Voltamos ao hotel para descansar um pouco. À noite iríamos sair para jantar – sem programações ou agendas – acabamos na Piazza Michelangelo, num jantar muito elegante com risotos e frutos do mar – havia uma festa privada no Restaurante LA LOGGIA – e o garçon que nos atendeu nos levou a uma mesa mais reservada e ouvimos piano tocado por um dos participantes da festa. Até nosso Nissan ficou estacionado numa garagem do restaurante, muita mordomia em Firenze!! Vimos a estátua de David no meio da praça e fotografamos a cidade à noite. Florença realmente pede uma estadia mais longa do que a nossa. Faltou ver muito, mas o que vimos foi maravilhoso!
Dia 15 de setembro – domingo – FLORENÇA a BOLOGNA – MARANELLA a VERONA
Neste dia mudamos o roteiro da Carina, que era ir de Florença até o Lago di Garda e pernoite em Verona (290km). Mas queríamos conhecer o Museu da Ferrari, em Maranello, depois de Bologna, que fica no caminho para o Lago di Garda.
Saimos de Firenze no horário de sempre, lá pelas 9:00, a auto-estrada até Bologna é linda, cheia de túneis. Estava até frio, 16 graus, com neblina no início da viagem, mas no trevo de Bologna (não entramos na cidade) já estava 24 graus, nublado. Fomos em direção de Modena – região com muita produção de aceto balsâmico. Vimos muitos vinhedos, plantações de feno e muitas pereiras carregadas de frutas. De Modena a Maranello é pertinho, uns 20km, cheios de placas do Museu da Ferrari. Não tivemos dificuldade na localização do museu. No estacionamento já avistamos placas para passeio de FERRARI. Perguntamos o preço – foi lá que encontramos um brasileiro de Recife e uma romena ou russa, não lembro mais, que tinha um mini cão da raça Pintcher. Ari logo se interessou em dar uma volta de Ferrari. Marcamos hora para o passeio – seriam 15 minutos dirigindo o carro, nas estradas da cidade. Fomos visitar o Museu – lindo, com muitas Máquinas…. das mais antigas aos projetos das Ferraris sob encomenda – de quem? Ora, dos sheiks da Arábia!! São eles que compram toda a produção das Ferraris novas. Custam uma verdadeira fortuna – milhões de euros! Voltamos ao nosso passeio de Ferrari. O Ari ia dirigir e eu ia de carona! Mas o rapaz de Recife iria junto! Entramos num carro “normal” e fomos até o local onde embarcaríamos na Ferrari. Demorou um pouco, até que dois mineiros vieram de um passeio de uma hora. Os próximos fomos nós. 15 minutos muito rápidos em dois sentidos – Ari andou rápido e também foram rápidos esses 15 minutos! Andamos pela estrada de acesso a Maranello. Transito tranquilo naquela hora, mas tinha curvas, cruzamentos, não era possível andar a 300km por hora, mas a 180km por hora com certeza! E o vento na parte de trás foi forte! Mal conseguia respirar, ufa! De volta, encontramos Aires e Marisa esperando numa van “feinha” em comparação ao carrinho vermelho do passeio, e fomos de volta ao estacionamento do museu. Chegando lá, nos despedimos do recifense, que nos indicou um restaurante onde almoçamos. Maranello é uma pequena cidade, tudo gira em torno da Ferrari.
Saímos de lá um pouco antes da três da tarde, pegamos auto-estrada até Montova pela A22. Atravessamos o Rio Pó – parecido com o Rio Itajaí na largura. Região sem cidades, apenas plantações – milho principalmente. Bem, era muito tarde para ir até o Lago di Garda. Fomos então diretamente para Verona.
Estava chovendo fino, e chegamos no destino só as 5 da tarde. Verona estava entupida de gente – turistas – em torno da região central, murada. Demos uma volta demorada pela cidade, Verona é atravessada pelo Rio Adige, com muitas curvas, assim a sensação é a de que sempre estamos margeando o rio, e também confunde a direção. Paramos num pátio que parecia ser uma arena, entramos a procura de um banheiro, mas era um cemitério! Enorme, com grandes leões de pedra na frente. Resolvemos então ir para o hotel. Ficava na avenida principal de acesso a Verona, Corso Porta Nuova – perto da Piazza Bra, onde está a Arena di Verona. Lembro que passamos bem na frente da Arena, mas chovia tanto que na foto apareceram só os pingos de chuva… Não havia estacionamento para o carro, tivemos que carregar as malas na chuva até a entrada do hotel, e o carro ficou num estacionamento perto dali. A recepção era uma sala pequena e o atendimento do hotel foi regular. As instalações do quarto eram ótimas, tínhamos vista para a avenida. À noite fomos de táxi numa pizzaria localizada no centro histórico. O taxista deu muitas voltas nas ruelas de Verona, e paramos em frente ao Restaurante/Pizzeria Church S.Matteo. A casa estava lotada e pedimos pizza – como em toda a Itália, cada pizza vem num prato e cada um come a sua. Eu lembro que pedimos capriciosa – um dos sabores mais apreciados pelos italianos – presunto parma, champignons, tomate – e abobrinha – a porção era enorme e não conseguimos comer tudo o que foi servido. Saindo de lá, tivemos que andar um pedaço a pé, pois já havia passado da hora de trânsito naquelas ruas do centro histórico, mas a chuva havia parado. E logo descobrimos que estávamos bem perto de uma das “portas de Verona” – Via Corso Porta Borsari. Voltamos ao hotel de táxi. No dia seguinte iríamos a Lago di Garda (35km de Verona), e ainda queríamos voltar a Verona para conhecer mais um pouco da cidade, antes de seguir até Mestre, para na terça conhecer VENEZA.
Dia 16 de setembro – segunda – LAGO DI GARDA, VERONA e viagem até MESTRE
Depois de um café da manhã no hotel Western Firenze Hotel em Verona – era uma sala subterrânea, onde havia uma placa de que os “pets” não poderiam entrar – seguimos com muita neblina até o Lago di Garda. Lazise foi o primeiro local que avistamos, mas seguimos pela rodovia, margeando o lago.
Passamos por Bardolino, Garda, Punta San Vigilio e Torri del Benaco. Neste lugar havia uma feira, tentamos estacionar mas não foi possível. Tudo lotado. Voltamos em direção a Punta San Vigilio, conseguimos estacionar o carro num pátio gramado com muitas oliveiras. O visual do local era maravilhoso. Passamos por um parque, descemos uma rampa calçada, havia placa de Restaurante. Estava ainda fechado, pois era cedo para almoçar. Então achamos um terraço coberto por uma trepadeira linda, de folhas vermelhas, que ficava ao lado de uma construção muito antiga, a beira mar. Pedimos um café e depois chopps e ficamos lá apreciando a paisagem do lago de águas calmas, com marrecos ao nosso lado, alguns barcos passando, uma canoa também. Muitos turistas chegavam e faziam o mesmo, apreciavam aquela paisagem sem pressa. Acho que ficamos lá umas duas horas, depois voltamos pela mesma estrada em direção a Garda. Era pertinho. Uma cidadezinha cheia de feirinhas, lojas, restaurantes, hotéis, com mesas e cadeiras nas calçadas, guarda-sois, tudo a beira mar. O visual é lindo. Calçadas margeiam todo o lago, há bicicletas para alugar. Um lugar para ficar uns dias, passear por tudo. Achamos um restaurante num beco cheio de lojinhas – uma com porcelanas de Garda – lindas, com peixes e crustáceos desenhados nos pratos, cestas, potinhos, etc etc. Comemos um risoto de frutos do mar – o de Roma era melhor – mas o local era mais pitoresco. Em enquete realizada entre os quatro viajantes, decidimos apressar nossa saída, pois ainda queríamos voltar a Verona e depois tínhamos viagem até Padova, Mestre/Veneza.
Depois do almoço voltamos ao carro, fomos passeando pelas ruas do lugar, o GPS nos guiou por uma estradinha para ciclistas, subimos um morro, saímos dentro de um vinhedo – colhemos um cacho de uvas pretas de dentro do carro, estava bem azedinha, que lugar encantador!. Depois olhando no mapa, saímos em Affi, uma cidadezinha de 2.000 habitantes, mas bastante movimentada, com galpões industriais, já na rodovia que liga a região do Lago di Garda a Verona.
Chegamos de volta a Verona às 14:30. Não lembro onde estacionamos nosso carro, mas foi perto da Piazza Erbe. Andamos umas quadras, havia indicação da Arena, Piazza del Signori e Casa di Giulietta – onde queríamos ir. A Piazza Erbe onde chegamos primeiro estava repleta de turistas. Tão cheia que nem se percebia a arquitetura dos edifícios. Vimos várias charretes com noivas, achamos ser casamentos de verdade – na terra de Romeu e Giulieta!! Tomamos um cafezinho para curtir um pouco mais do lugar e andamos a pé até a casa da Giulieta – não imaginem como tinha povo! Não precisamos nos informar pra que lado era a casa da Giulieta, era só seguir o “fluxo” dos turistas! De todos os lugares do mundo – até tiramos uma foto de um casal em lua de mel da Romênia. Ir até a sacada no segundo andar da casa da Giulieta nem pensar! Tiramos foto no pátio térreo mesmo, ao lado de muitas lojinhas que vendiam cadeados e lembranças do local. Ari e Aires tiraram fotos tocando o seio esquerdo da estátua de Julieta para dar sorte, como diz a lenda. A estátua perdeu o tom escuro natural do bronze de tanto ser tocada pelos turistas! Assim acabou nossa visita a Verona, ainda fizemos outro lanche numa confeitaria de dar água na boca, onde compramos umas bolachas para beliscar na viagem até Mestre.
Saímos de Verona um pouco antes das 16:00 e seguimos pela auto-estrada A4 em direção a Padova
de onde os parentes do Aires vieram – família Mazzolli.
Muitos vinhedos até Padova, às 17:20 entramos na cidade – industrial, diferente de todas que vimos antes. Paramos para andar um pouco a pé, na parte que parecia ser a mais antiga, fotografamos um rio e construções com jardins floridos.
Muitos moradores andando de bicicleta, naquela hora de volta do trabalho. Saímos de Padova as 18:30 e chegamos em Mestre ainda no claro. Tivemos um pouco de dificuldade em achar a Via Orlanda 1 – endereço do hotel – pelo GPS. Mais de meia hora andando pelos arredores de Mestre, uma cidade nova, com muitas quadras amplas, muitos edifícios – mas não arranha-céus, muito tráfego de carros e ônibus. Depois de algumas paradas para perguntar, chegamos ao Hilton Inn Garden Venice – hotel moderno e muito bonito, onde pernoitamos para no dia seguinte ir a Veneza. Brindamos nossa chegada e o dia maravilhoso que tivemos com uma Asti bem gelada, acompanhada de queijos e presunto no bar do hotel – a contragosto do atendente, aquele local era só para bebidas!!!! Compramos no hotel o ticket de ônibus + vaporeto para 36 horas para ir a Veneza no dia seguinte.
À noite choveu bastante, e dormimos muito bem.
17 de setembro – terça-feira – VENEZA
O dia amanheceu em Mestre com muitas nuvens de trovoada, tomamos café no hotel, e pegamos o ônibus que nos levaria a Veneza na frente do hotel. Lotado, fomos em pé até Veneza. Depois dele circular por Mestre, chega a uma ponte enorme que liga o continente à cidade de Veneza. Pena, não pude fotografar nada de dentro do ônibus. Paramos na Praça Roma e de lá seguimos a pé até entrarmos no Vaporetto. Estranhamos que para entrar ninguém cobrou nosso ingresso/ ticket. É assim mesmo, ninguém cobra, mas todo mundo tem o ingresso. Às vezes é feita uma vistoria, e quem não tem o ticket paga multas altas. Que bom se isso funcionasse no Brasil!
No vaporetto fomos sentados. Marisa e Aires mais na frente, e nós um pouco mais ao fundo. Lembro que uma senhora de idade estava ao meu lado com seu enorme cão – daquelas raças que babam… tudo vai de vaporetto… Encontramos também um casal de brasileiros, cujo filho morava na Itália, e era a terceira vez que vinham a Veneza. Conversamos bastante com eles durante a viagem de vaporetto até a Piazza San Marco, onde desembarcamos. Só na ida do vaporetto tirei umas cem fotos! Impressionante o movimento de embarcações, gôndolas com turistas, e barcos com transporte de mercadorias. Águas do canal bastante límpidas, não vimos sujeira boiando nas águas. Não tínhamos muita idéia do roteiro que íamos fazer em Veneza durante o dia, resolvemos desembarcar no ponto final (Piazza San Marco) e ir voltando a pé. A Piazza San Marco estava lotada de turistas, a maré ainda deixava rastros, muita água nas calçadas, havia uns andaimes para passar por cima. Basílica San Marco (parte em restauração), Campanille, Palazzo Ducale em volta da praça, tiramos muitas fotos, inclusive das gôndolas atracadas na Piazza San Marco. Vimos a orquestra tocando no famoso Café Florian sem pagar nada! Andamos muito por lá, fomos entrando nas ruelas sem muito destino, apreciamos os pequenos canais, as pontes, as inúmeras lojas com máscaras! Sentamos num restaurante chamado Tratoria da Nino, um corredor entre varias construções, decorado com lustres de Murano e quadros com máscaras, achamos muito acolhedor, pedimos um chop para descansar e apreciar o movimento daquele local pitoresco. Voltamos à praça San Marco. Já era hora de almoçar, escolhemos um local pequeno, tipo bistrô, havia parte no andar de cima – mas o preço era muito fora do que havíamos pago até agora na viagem, decidimos ficar no café da entrada. O local era todo decorado com espelhos e quadros do século XV. O garçon era arrogante. Escolhemos um vinho e um prato para cada um – o meu foi o campeão – ravióli com tomates ou alcachofra, não lembro mais – vieram 5 raviolis – e virou o assunto dos próximos dias…. o prato do Ari veio um filé coberto de um molho de aliche e legumes grelhados (pimentão e berinjela) e tive que comer um pouco do prato dele, senão passava fome. Aires pediu uma lasanha e Marisa um macarrão, a porção parecia maiorzinha! Não pedimos sobremesa, a conta iria ser alta demais. Saímos de lá e fomos caminhando, seguindo as placas até a Ponte Rialto. No caminho pedi um sorvete – enorme, maravilhoso – por Eur 1,00!! No meio das ruelas cheias de turistas, lojas, máscaras, lustres, lojas de grife, pessoas carregando malas e pacotes, prédios em restauração. Andamos bastante até chegarmos à região do Mercato di Rialto. Procuramos por um passeio de gôndola. Pagamos um preço justo – Eur 40,00 por 40 minutos cada casal e passeamos pelos pequenos canais, perto da Ponte di Rialto. E não vimos sujeira nas águas. Construções muito antigas, mas tudo muito fotogênico!! Nosso guia na gôndola contava histórias de cada casa por onde passávamos, e não cantava. O passeio foi único, inesquecível! Quando desembarcamos, na praça do Mercado de Rialto não havia mais feira de frutas, já passavam das 16:00. Ficamos então andando mais um pouco por lá, encontramos umas camisetas com estampas de Leonardo da Vinci por Eur 8,00 cada. Tomamos um café com torta tipo folhada numa praça ali perto. E andamos novamente. Os restaurantes perto da Ponte di Rialto e ao lado do Grande Canal já estavam preparados para servir à noite, os peixes expostos nas vitrines com gelo como em Portugal e na Marina di Pisa. Os lustres, sempre com vidros coloridos de Murano. Mas não havia estômago para jantar ainda. Andamos, andamos, tiramos mais fotos. Embarcamos no vaporetto para voltar a Mestre ainda no claro e chegamos ao hotel depois das 20:00. Concluímos que havíamos feito a melhor opção em ficar num hotel em Mestre e passar o dia em Veneza, pois carregar todas as nossas malas naquele vaporetto e depois nas ruas e pontes de Veneza até o hotel não seria um programão! Brindamos o nosso dia com uma pizza com vinho no restaurante do hotel. No dia seguinte iríamos até Haus Martha.
Dia 18 de setembro – quarta-feira – DOLOMITAS, CORTINA D’AMPEZZO e HAUS MARTHA
Este dia foi um dos mais lindos da viagem, pela paisagem, pelos lugares onde passamos. Em Veneza o tempo ainda estava quente, apesar de fresquinho pela manhã. Mas a partir deste dia veio o esperado frio, para usarmos todos os nossos casacos da mala! Saímos do hotel em Mestre, auto-estrada A27, Belluno e Treviso foram as primeiras cidades por onde passamos. Dia nublado e depois sol, 18 graus. Avistamos plantações de milho antes de começar a subir a serra, depois muitas nuvens e cerração. As 10:00 paramos após o Lago Croce (lindo, com águas calmas e rodeado de casas de campo) para um café quente, já estava 10 graus. Avistamos as montanhas (Dolomitas) ao longe, e à medida que subíamos elas ficavam maiores e mais lindas. As 11h passamos por Cadore – cidade pacata, com muitas casas com floreiras coloridas, paisagem tipicamente austríaca, apesar de estarmos na Itália. Estradas sem muito trânsito, curvas e mais curvas, paisagens de tirar o fôlego. Depois de Cadore fomos parados pela Polícia Rodoviária. Todos os nossos documentos estavam em ordem e seguimos viagem. As 11:30 chegamos em Cortina D’Ampezzo.
A cidade não estava muito movimentada. Não era época de férias, setembro, e não havia neve para esquiar. Mas o lugar nos encantou. Paramos no centrinho, num posto turístico ganhamos um mapa da região, com passeios de bicicleta e alpinismo. Procuramos um lugar para almoço. Havia um centro comercial com lojas e vitrines cheias de casacos de pele e muitas roupas para inverno. Almoçamos num pequeno bistrô, fomos muito bem atendidos, o chef fez uma entrada especial para nós, enquanto preparava o prato principal. Comemos cordeiro e filé com batatas. Seguimos viagem. A paisagem ficava cada vez mais especial. Os picos das montanhas sobressaíam ao verde dos pinheiros. A estrada era a SS51 e passamos por Dobbiaco (Toblach) depois SS49, uma região mais industrial, passamos por Bressanone e Vitipeno até a auto-estrada em Brennero (ainda na Itália).
Atravessamos a divisa para a Áustria as 17:00 e avistamos a cidade de Innsbruck (que iríamos visitar no sábado) rodeada de picos nevados. Ficamos encantados. Minha máquina fotográfica trabalhou tanto durante o dia que naquela hora não havia mais bateria. Mas voltaríamos a Innsbruck – mas a neve derreteu até sábado – isso nós iríamos descobrir só no sábado! E a imagem ficou na memória – linda! A cada curva da estrada víamos mais picos nevados, e abaixo dos viadutos muitos lugares com gramados e casinhas, que pareciam de bonecas – m a r a v i l h o s o! Seguindo viagem, saímos da auto-estrada em Telfs, de lá em diante começou a chover fininho. Atravessamos um rio várias vezes (talvez o Rio Inn) e a estrada era estreita e com muitas curvas. Até Haus Martha, em Bibervier, passamos pela estrada L236 M”otzer Landstrasse – isso mesmo – estrada de campo – asfaltada, ótima, e depois pela Fernpassstrasse. Pelo GPS chegamos no lugar onde ficaríamos por quatro dias, numa casa de família, o Haus Martha. Uma cidadezinha com apenas 600 habitantes, situada bem perto da montanha mais alta da Alemanha (mas na Áustria) – o Zugspitze.
Fomos recebidos pelo dono da casa. Ele falava um pouco de inglês, e principalmente alemão. Ele explicou como funcionava a pousada, nos instalamos na nova moradia – era um apart muito confortável, cozinha equipada com fogão elétrico, geladeira, máquina de lavar louça, pia de inox, louças, mesa, sala com tv, quarto espaçoso e banheiro. Tipo chalé. Da janela se via o Zugspitze. Com calefação. Chegamos com uns 12 graus, chuvinha fina – imaginem! A uns 2 km da pousada haviam vários outros hotéis, pequenos, jantamos no Alpina Regina Hotel – Kl”ose mit Sauerkraut und Schweinebraten (klose é um bolinho de pão com chucrute e carne de porco assada) e com vinho da casa. Um lugar aconchegante, mas bem diferente dos locais da Itália dos dias anteriores. Na sala do andar inferior havia uma reunião dos hóspedes, com muita música. Na cidade nenhum movimento na rua, as 9:40 já estávamos de volta à nossa pousada.
Dia 19 de setembro – quinta-feira – FUSSEN – o dia mais frio da viagem
Haus Martha foi indicada pela Carina. Administrada por uma família, tem três locais em Bibervier. Ela serve de hospedagem para os turistas que gostam de esquiar na região do Zugspitze. A casa onde ficamos era da Anete, uma das filhas da Martha. O casal tinha duas filhas menores de 10 anos. Uma delas apareceu no primeiro dia. Nos demais, somente conversamos com Anete. Ela fazia nosso café da manhã, que acontecia do apartamento da Marisa e Aires. O café dela era bem mais fraco do que estamos acostumados no Brasil, mas não tivemos coragem de reclamar – ela nos recebia com muito carinho e atenção! O leite era num potinho descartável – SAHNE (nata) e então o café fraco ficava fraco e frio!. Mas tinha vários tipos de pães, geléias, iogurtes (todo dia era diferente o sabor – avelã, baunilha (o melhor), groselha etc) e também tinha um suco (tipo de pacote). Mas isso era apenas um detalhe. Nos passeios sempre tomávamos café expresso – a proximidade com a Itália mantinha o costume do expresso na Áustria e depois na Alemanha também.
No primeiro dia na região, entramos no nosso carro – que ficava à noite estacionado ao lado da construção da Haus Martha, e vimos no marcador – 5 graus – sim, com gelo em cima da capota. Saímos devagar em direção a Fussen – a uns 60km de Bibervier. O sol estava aparecendo e a temperatura foi subindo (até 8 e depois 10 graus). A estrada que no dia anterior estava chuvosa e escorregadia foi ficando cada vez mais linda, com paisagens maravilhosas, de campos com rebanho, casas de agricultores muito caprichadas, montanhas nevadas, e cidades pequenas no caminho – a maior delas era Reutte (uma cidade muito procurada para esqui e também cultural). Quando chegamos em Fussen chovia novamente, e fazia oito graus!! Procuramos um estacionamento para o carro, fomos andando devagar até encontrar o centro, com um comércio que ainda não estava totalmente aberto. Mas aos poucos foi abrindo o sol, mas o frio era intenso e ainda compramos mais uns cachecóis, luvas e meias tipo polainas! Andamos por todo o centro, admirando a arquitetura da cidade. Visitamos a Alt-stadt , Kloster St.Mang, andamos na ponte que atravessa o Rio Lech. Voltamos para tomar um café para esquentar e achamos um local interessante. Havia umas tortas tipo cuca, com frutas, mas não experimentamos, preferimos almoçar. Havia também um Restaurante em que os garçons trajavam armaduras como na Idade Média, mas preferimos o AQUILA, um lugar fechado e quentinho!! À tarde nosso programa foi visitar o Castelo de Neuschwanstein. Compramos ingresso no estacionamento e encontramos Silmara e Dequech. Eles estavam passando uma semana só na Áustria. Quanto tempo fazia que não a via em Joinville! Subimos o morro de charrete para conhecer o Castelo. Enquanto esperávamos formar o grupo para visitá-lo internamente, tiramos foto da Marienbrucke, com sua cascata que desaba suas águas no meio daquela floresta! Estava esfriando bastante, por isso decidimos não ir até ela – era um trecho a pé, ida e volta. Por dentro o castelo não encanta, são mais de seis andares com salões, espaçosos como todos os castelos. O rei Ludovico que o construiu era realmente muito fora da casinha! Mas o melhor visual é o do terraço. Vimos todo o vale ainda ensolarado, com gramados muito verdes! Quando descemos de volta ao estacionamento fotografamos o outro castelo do local – o Hohensschwangau – por fora. Bem menor mas também muito bonito. Voltamos já à noite para Bibervier. Naquela noite jantamos em outro Gasthaus perto do Haus Marhta – Gasthaus L”owe – uma sopa quentinha foi o cardápio.
Dia 20 de setembro – Garmisch-Partenkirchen, Ettal, Oberommengau, Castelo de Linderhof
Neste dia o roteiro incluía subida ao Zugspitze, pela Alemanha. Perto de Bibervier está o outro acesso à montanha, por Ehrwald, e tínhamos recebido do Haus Martha um ingresso para cada um de nós, mas preferimos seguir as instruções da Carina. O acesso via Alemanha é mais moderno, perto de Garmisch. O tempo não estava muito bom, bastante nublado mas menos frio do que no dia anterior – 9 graus. Saímos em direção a Garmisch, via Ehrwald. Antes de abastecer o carro paramos num supermercado para à noite prepararmos um macarrão com molho que nem na Itália – com o macarrão do Restaurante Alfredo. Um ótimo supermercado, compramos queijos, salames, pesto pronto, salada pronta, água. Na hora de empacotar as compras ganhamos uma caixa de papelão – nada de saquinhos plásticos como no Brasil!
Seguimos a Garmisch então. O dia estava nublado. A paisagem mostrava os picos das montanhas com neve e depois muitas nuvens. Quando chegamos ao parque de acesso à subida de trem ao Zugspitze, achamos que não iríamos aproveitar o passeio por causa do tempo frio e nublado. Resolvemos não subir na montanha. Preferimos conhecer com mais calma a cidade de Garmisch-Partenkirchen.
O que queríamos era curtir aquele visual das casas com jardins floridos, atrás das montanhas e no meio de gramados muito verdes. Chegamos a Marienplatz e nos encantamos. Logo entramos num café simpático para nos esquentar – warme Kuche (cozinha aquecida) dizia na porta. A intenção nem era comer nada, mas tinha um TOPFKUCHEN (torta de panela) de maçã e passas delicioso! Eu e Marisa fomos ao banheiro, tivemos que passar pela cozinha, tinha um cachorro no corredor, tipo Lassy, todos convivendo no mesmo espaço, tudo arrumado e aconchegante. Tiramos fotos do local, bem decorado, enquanto a garçonete preparava taças de champanhe para outros hóspedes. Saímos de lá e ficamos andando pela praça, apreciando as casas e lojas. Havia mais adiante uma feira – com linguiças, pães, louças, flores, arranjos secos – de porta, lindos – corações de latão, frutas e tudo o que podemos imaginar.
Seguimos para Ettal, outro lugar encantador, onde almoçamos, no Kloster Ettal Restaurant – wieder klose… mit bier! ( no cardápio havia muitos “kloses” com cerveja).
Fomos muito bem servidos, num ambiente aquecido. Depois do cafezinho saímos do Kloster e seguimos para a cidade de Oberammergau,
que linda! É lá que encontramos as pinturas nas paredes das casas – sempre com motivos religiosos, influência da Itália. Passeamos um pouco a pé, vimos muitas lojas com lembranças e enfeites de Natal (a mesma loja que iríamos encontrar em Rothemburg, mas adiante em nossa viagem). Seguimos em direção ao Castelo de Linderhof e seus jardins.
Como já havíamos visitado o Neuschwanstein no dia anterior, não era intenção nossa de visitar mais um castelo, mas era tão lindo o lugar, a beira do Rio Ammer, que fomos subindo pelos jardins até avistar o castelo. Não o visitamos por dentro, mas ficamos passeando em sua volta, admirando todos os seus lados – e tirando muitas fotos – pois eram lugares muito lindos, floridos, com árvores de frutinhas vermelhas, lagos, escadas, estátuas e pérgulas. Na volta, o roteiro passava pela estrada via Lago de Plansee. Muito azul, com águas de degelo. Um dia e tanto, chegando em Bibervier fizemos um jantar caseiro, com aperitivo de salames, salada, macarrão do Restaurante Alfredo de Roma e vinho de Montalcino. Quase não conseguimos “pilotar” o fogão elétrico e demorou para esquentar a água para o macarrão, mas prometemos (eu e Marisa) melhorar o cardápio para ao dia seguinte – porque havia sobrado muito macarrão!!
Dia 21 de setembro – Innsbruck
Neste dia visitamos a cidade de Innsbruck, que na chegada à Áustria estava cercada por montanhas nevadas… lembram daquela foto que não consegui tirar porque a máquina estava sem bateria? Pois é, neste dia Innsbruck já não estava tão cercada de montanhas nevadas. A neve havia sido fraca, e já tinha degelado. A temperatura foi de 8graus pela manhã até 21 graus quando chegamos no estacionamento. Visitamos o centro histórico da cidade, almoçamos e depois subirmos até o topo das montanhas que cercam a cidade, via teleférico. Chegamos à cidade, eram mais de dez horas da manhã. Por causa do frio a cidade acordava aos poucos. Em frente ao estacionamento que deixamos o carro havia um café espanhol. Tomamos um café no sol para esquentar (mas não esquentamos muito…) Apreciamos o Rio Inn e as construções “emendadas” umas nas outras típicas dos cartões postais da cidade. Andamos pelo centro histórico, um calçadão das ruas Herzog-Friedrich-Straße e Maria-Theresien-Straße, as principais da cidade. Todos os restaurantes tinham mesas nas calçadas, e para amenizar o frio, estavam cobertas de peles! Aí ninguém passava frio!
Subimos (eu e Ari) na Stadtturm (torre de 150 degraus) para apreciar a vista da cidade do alto. Muito bonita a vista. Vê-se, além dos edifícios do Século XV e XVI, as montanhas que cercam a cidade. Ainda fizemos um passeio de charrete – como em Portugal…. – e tivemos uma noção da cidade, seu lado turístico e comercial. Depois disso, um almoço, com direito a vinho da região, chopp e comida típica austríaca – carne assada com couve de Bruxelas, schnitzel com batatas num restaurante no Goldener Adler – uma das atrações turísticas de Innsbruck. À tarde seguimos de carro em direção à montanha Klettersteig, que ascende até o topo do Halefekar (2334m de altitude) até a parada Seegrube. De lá pegamos o teleférico até a primeira parada, a 1905m, do terraço pudemos fotografar Innsbruck. Lá havia um restaurante que servia muito chucrute e estava lotado com famílias. É costume subir a montanha de teleférico e descer a pé ou de bicicleta. Na segunda parada vimos GELO!! Da última neve! Passeamos a pé com um vento cortante de 12 graus (na cidade de Inssbruck estava 24 graus com sol – até quente). Parecíamos crianças brincando com flocos de neve! Eu fiquei congelada logo, e entrei na plataforma do teleférico para me enquentar. Ari Marisa e Aires ainda subiram mais um pouco da montanha. Foi muito legal esse passeio!!!
Na volta pegamos nosso carro e fomos saindo da cidade de Inssbruck, via auto-estrada até Obsteig, uma pequena vila onde paramos para tomar um café com apfelstrudel – o mais gostoso de toda a viagem. Num hotel – tipo pousada – chamado Familien Landhotel Stern – com uma decoração linda, com várias salas aconchegantes, que aconselho a todos ficarem na próxima viagem. Na cidade não tem nada, apenas uma igrejinha pontuda com pinheiros em volta e ao fundo a montanha nevada!!! À noite nosso estômago ainda deliciou mais um macarrão com molho holandês do Restaurante Alfredo de Roma – este sim é que estava bom!!
Dia 22 de setembro – Lago Bodensee, Lindau e arredores –
Neste dia nosso roteiro era extenso, para ir até Lindau, às margens do Lago Bodensee e visitar algumas cidades que o margeiam, até Konstanz. Lago Constance ou Bodensee, é rodeado por belas paisagens, o terceiro maior lago da Europa Central e está situado na Alemanha, Suíça e Áustria perto da base dos Alpes. Era para sair cedo, mas foi pelas 10 da manhã, e com 5graus, que seguimos via Reutte, Pfronten, Weissbach, Nesselwang, Immerstadt in Algau até Lindau. Conforme tinha dito a Carina, estrada com paisagens lindas, 130km de muito verde, plantações, lagos, pequenos teleféricos, desvios (UMLEITUNG), curvas, tráfego livre e com muitos ciclistas em viagem. Chegamos antes do meio-dia a Lindau. Estacionamos o carro na ilha e andamos a pé nesta cidade medieval, até encontrarmos o lago – ainda com neblina da manhã. Tiramos muitas fotos de casas de veraneio, barcos, casas antigas e jardins. Das atrações turísticas vimos a Münster Unserer Lieben Frau (Igreja católica) e Haus zum Cavazzen (Museu da cidade). As torres Mangturm e Diebsturm não vimos, só depois, via internet – eram os cartões postais da cidade!
O ponto alto do dia foi o almoço, num pequeno hotel chamado Altpost, em Lindau. Escolhemos gulasch com spaetzle, e Marisa ecolheu trutas. Sobremesas strudel, panquecas recheadas com geléia de frutas vermelhas e maçãs flambadas com sorvete. Num local aconchegante, com arranjo de flores do campo nas mesas, bom atendimento, restaurante estava lotado. Lindau é daquelas cidades que podemos passar o dia sem sentir o tempo passar. Seguindo o roteiro programado, seguimos margeando o lago Bodensee, passamos pelas cidades de Wasserburg, Langenargen e Friedrichshafen. A estrada era margeada por plantações de maçã, peras e uvas. Já em Wasserburg vimos um dirigível Zeppelin nos ares. Seguimos a Langenargen e paramos no Palácio Montfort, que fica às margens do Lago Bodensee. Mais uma vez vimos o dirigível. Seguimos até Friedrichshafen – cidade bem maior do que as duas anteriores, estava com trânsito tranquilo. É a cidade do Zeppelin – museu, universidade, parque, todas as placas giravam em torno do Zeppelin. Já passavam das 16:00 quando por lá passamos, o museu já havia fechado. Seguimos em direção a Meesburg e Konstanz. A região é muito linda. Com muitos vinhedos, e bastante tráfego. Ficamos até parados por meia hora na estrada. Em Meesburg seguimos até a balsa para fazer a travessia do lago, em direção à cidade de Konstanz. Ferryboat confortável, muitas fotos do dirigível e das cidades de Meesburg e Konstanz. Em 20 minutos havíamos atravessado o Lago Bodensee. Nossa vontade era ir até a Ilha das Flores – Mainau – e foi rápido chegar lá, mas já eram 17:30 e todos os visitantes estavam de saída. A bilheteria já estava fechando – eram EUR 35,00 por pessoa para entrar. Vimos apenas algumas lojinhas que vendiam flores, fomos ao banheiro, e retornamos ao estacionamento onde havíamos parado o carro. Afinal tínhamos mais de 200km até voltar a Haus Martha!
Durante aquele dia, comentamos que já sabíamos tudo sobre os pedágios da Europa. Nada como a prática – cestas para moedas, tickets para pagar na saída das auto-estradas, etc.
À tarde, chegando na Ilha de Mainau vimos que o estacionamento era pago, mas para entrar foi direto, sem receber ticket. Mas para sair…. sabíamos que o custo era Eur 4,00 (dizia no roteiro da Carina) então colocamos as moedas e …. nada…. tivemos que voltar à bilheteria da Ilha e comprar o ticket para então pagar o estacionamento. Enquanto o Ari foi comprá-los ficamos com o carro estacionado num lugar onde não era permitido ESTACIONAR, somente PARAR mas ninguém nos incomodou – todos foram respeitosos com nossa falha! Povo educado é assim mesmo!
A volta foi bem cansativa, saímos de Konstanz (a cidade nem vimos nada, queríamos era voltar logo). Voltamos a Meesburg via ferryboat, depois até Lindau, pela mesma estrada da vinda. A temperatura estava caindo – 18, depois 15, e 13 graus. Ás 19:30 entramos na auto-estrada e fomos até Memmingen (72km). Neste local havia reformas na rodovia, e perdemos a entrada correta para Kempten e tivemos que andar mais 8km até o próximo retorno. Aí pegamos congestionamento de mais ou menos uma hora. Não havia nenhum local para parar e fazer um lanche. Chegamos em Fussen às 21:00 horas (Memmingen a Fussen eram 80km). Achamos um pequeno bar aberto e pedimos uma pizza (alemão não sabe fazer pizza). Deu para matar a fome. Chegamos no Haus Martha às 23 horas. No dia seguinte iríamos via Rota Romântica até Nordlingen. Eu diria que este dia foi o que mais andamos de toda nossa viagem e o que menos vimos – dos lugares imperdíveis – tipo torres em Lindau, Museu do dirigível Zeppelin, e Ilha de Mainau – das flores em Konstanz. E o Lago Bodensee não que tenha decepcionado, mas como estava com neblina pela manhã e bruma durante todo o dia nem se via a margem do outro lado. O roteiro que fizemos neste dia teria que ser feito em pelo menos dois, com pernoite em Lindau. Ou então se tivéssemos ficado somente em Lindau teríamos saído de lá com outra impressão do Bodensee!
Dia 23 de setembro – Rota Romântica até Norlingen
Despedimo-nos do Haus Martha e da paisagem diária da janela – o Zugspitze – às 9:30. Ainda conversamos com a Anete, que contou que lá em Bibervier faz no inverno MENOS VINTE E CINCO GRAUS! Naquele dia estava TRÊS pela manhã e em Schwangau, onde abastecemos para seguir pela Rota Romântica já estava 12 graus, com sol. Vale lembrar que quando paramos no posto de gasolina tivemos que abastecer o Nissan sem ajuda de nenhum atendente. Enquanto isso fui comprar mais um mapa – desta vez da Alemanha e tomar um café expresso. Para pagar era preciso ir até o meio do supermercado que ficava ao lado do posto de gasolina. E perto das portas de saída ficavam empilhadas várias caixas de bebidas – cerveja, vinho etc. Imagine isso no Brasil!! Rota Romântica – imaginei que fosse uma só estrada, do começo ao fim, mas não é bem assim. Seguimos sempre as placas marrom – ROMANTISCHE STRASSE – mas as vezes era cortada por auto-estradas – um prato cheio para o GPS!! Fussen, Schwangau (passamos novamente ao lado daquele gramado imenso, no alto à direita vimos os castelos Neuschwanstein e Hohensschwangau. Halblech, Wieskirche em Steingaden, Wildsteig, Rottenbuch – cidadezinhas que passamos até o meio-dia. Paisagens bastante agrícolas, até as pilhas de lenha estavam bem certinhas, algumas até com potes de flores ao lado das casas. Um capricho só. Seguimos via Peiting – vimos campos de girassol! e Landsberg am Lech.
Como era mais ou menos hora do almoço estacionamos, andamos a pé, observamos a bela arquitetura das construções burguesas medievais – como a Schmalzturm, fomos até o Rio Lech – havia uma pequena represa e uma praça com muitos cafés – mas queríamos almoçar. Voltamos ao estacionamento – lá que observamos que as mulheres tem vagas especiais para estacionar (FRAUENPARKPL”ATZE). Fomos adiante. Logo após Augsburg (cidade bem grande, com muitas avenidas, prédios altos e modernos), circundamos e seguimos indicação de Friedberg. Almoçamos num café também – mas que ofereceu Schnitzel com batatas para variar!!!. Almoçamos às 15:30. Friedberg é a cidade medieval mais antiga da baviera, situa-se num morro, tem uma praça central enorme – Marienplatz, que oferece um centro animado com lojas, cafés e restaurantes ao ar livre. Tudo vazio naquela hora. Vimos uma senhora com carrinho de bebê passeando com o filho no sol, traje de Bavária (como Oktoberfest) e falando no celular! Seguimos até Donauw”orth – cidade fica às margens do Rio Danúbio – largo como o Rio Itajaí mais ou menos – atravessamos a ponte antes de entrarmos no centro da cidade. Foto 5995Foi importante durante as guerras religiosas da Reforma e da Contra-Reforma, bem como as campanhas da Guerra da Sucessão Espanhola. Outra vez paramos num estacionamento, andamos a pé para ver as construções tipicamente alemãs – ainda não eram enxaimel – tomamos um café com torta de chocolate com geléia de frutas azedinhas e nata numa padaria da avenida principal. De novo na estrada, entramos em Harburg – às margens do Rio W”ornitz.
Subimos um morro e fomos até um castelo medieval – estava fechado mas era lindo por fora. Até colhemos umas maçãs e peras do jardim dos fundos do castelo. A próxima cidade era Nordlingen, onde pernoitaríamos. Chegamos a Nordlingen ainda no claro. Nosso hotel NH KLOSTER ficava na cidade medieval – toda murada. Nordlingen é linda, ainda conseguimos caminhar a pé após achar o hotel, estacionar carro, tirar as malas e nos instalar no quarto – ótimo, por sinal. Norlingen é uma das três únicas cidades da Alemanha que ainda possuem uma muralha completa em torno da cidade (as outras são Dinkelsbuhl e Rothenburg). São 14 torres de entrada intactas. Conhecemos umas três. Saímos por uma delas, havia um porco na entrada – o porco representa uma proteção à cidade.
Conta-se que, na idade média, as cidades viviam sofrendo ataques externos. A noite, os portões da muralha eram fechados e todos permaneciam dentro da cidade. Uma senhorita recebeu a ordem do seu pai para comprar-lhe cerveja. No caminho de volta para casa, encontrou um porco na rua. Achou estranho, pois todas as plantações e criações ficavam do lado de fora dos muros da cidade. Então ela se pôs a seguir o porco, e este a guiou até uma fenda no muro, por onde o porco passara. Mais que imediatamente ela chamou os guardas e eles fecharam o muro. Naquela noite, os invasores já estavam do lado de fora, prontos para atacar e saquear a cidade. Dessa forma, o porco passou a ser o símbolo da sorte.
Escureceu e andamos ainda um pouco à noite pelas ruas de Nordlingen. As construções são em enxaimel e também como casas com telhados bicudos, de alguns andares (três ou quatro). Todas as janelas são decoradas com flores, cortinas ou objetos decorativos. É muito bonito. Nosso hotel localizava-se ao lado do prédio chamado Klösterle – edifício da época renascentista, reconstruído nos anos 1500, onde funciona um restaurante, mas naquela noite era buffet, então optamos por um restaurante italiano (para variar) nas imediações. Relembramos os macarrões e molhos italianos, além de um bom vinho.
Dia 24 de setembro – Rota Romântica de Norlingen a Rothenburg ob der Tauber
Neste dia tomamos um café da manhã diferente dos outros dias. Na mesa farta do hotel haviam ovos cozidos. Uns eram coloridos. Sardinhas com nata (Hering mit sahne), pepino e rabanete. Também experimentamos os Brezen – uma rosca típica da Alemanha, que também acompanha muita cerveja nas festas típicas. É bem salgada e tem o gosto daquele salgadinho fino com sal grosso que conhecemos no Brasil. No mais havia também waffel, frutas, iogurtes, geléia e pães diversos. Depois desse “almoço” seguimos viagem. Neste dia nossa rota era curta, mais ou menos 90km, até para aproveitar muito a cidade de Rothenburg. Mas antes de chegar lá passamos por Dinkelsb”uhl. Uns 30 km de Nordlingen. Que linda! Todas as casas tipo enxaimel, vários andares – em Joinville e região estamos acostumados a falar em casas enxaimel com varandas, nas áreas rurais, e de um andar somente. Lá não, eram de alvenaria, pintadas de cores claras ou laranja forte, com as armações de madeira, com floreiras nas janelas. O brazão das famílias estão presentes nas portas, todos dourados. Havia também enfeites de flores secas nas portas. E muitas lojas com artigos de decoração de natal. Uma construção colada nas outras. O centrinho de Dinkelsb”uhl é uma praça de alimentação a céu aberto. Varios cafés com mesas ao ar livre, restaurantes aconchegantes chamando os turistas.
Durchgehend warme kuche (cozinha aquecida aberta durante o dia inteiro). Lembro que entramos também numa farmácia – aí perguntei sobre desodorante – só para confirmar – não vendem em farmácia, somente em lojas de departamentos (perfumes) e nesta cidade não tinha. Então concluí que lá ninguém usava desodorante! Mas não percebi ninguém com “desodorante vencido” como já haviam comentado sobre a Alemanha. Marisa comprou algo naquela farmácia – mas era medicamento. Entramos na catedral do centro – Münster St. Georg, uma das mais belas igrejas do gótico tardio da Alemanha. Antes de sair da cidade ainda entramos numa lojinha de lembranças e pesquisamos preços de canecos de chopp. Seguimos adiante. A próxima cidadezinha que passamos for Feutchwangen. E foi lá que tiramos umas das mais belas fotos da viagem. Um rio com uma ponte rodeada de floreiras e ao fundo uma casa enxaimel. Uma cidade para não esquecer.
Neste dia a estrada – Romantische Strasse – foi bem mais autêntica do que no dia anterior. Parecia que estávamos numa estrada só, interligada às cidades. Com inúmeras paisagens indescritíveis! Chegando em Rothemburg ob der Tauber (Tauber é o rio que passa abaixo da cidade de Rothemburg) logo encontramos nosso hotel, pois se localizava numa das entradas da cidade (também com torres medievais intactas). Romantik Hotel Markusturm ob der Tauber era o nome. Chegamos com nosso Nissan, não havia estacionamento no local. Desembarcamos nossas bagagens – agora eram menos volumes, pois já havíamos separado as roupas usadas e outros objetos que não precisaríamos durante a estadia – e entramos no hall do hotel. Enquanto Ari levou o Nissan no estacionamento do hotel, a umas quadras dali, ficamos observando o hotel. Arranjos de flores naturais – girassóis e arbustos com frutinhas vermelhas – enfeitavam o ambiente. Ao lado havia a sala do café da manhã e também restaurante. Os quartos ficavam no terceiro andar e não havia elevador. Preservado como na época da construção do edifício, em 1264!
Não queríamos perder tempo. Só deixamos nossos pertences no quarto e já fomos andar no centro – só região para pedestres. Visitamos a Marktplatz praça central da onde já avistamos a Ratstrinkstube em reforma – o prédio fica com um toldo que retrata o edifício pronto. Assim não vimos o famoso relógio instalado em 1683, que bate a cada hora para lembrar o episódio da lenda que livrou a cidade da total destruição, quando o prefeito da cidade tomou 3,25litros de vinho de uma só vez. Andamos em volta das igrejas St. Jakobs Kirche e Franciskanerkirche. Logo também avistamos a famosa loja de artigos de Natal Käthe Wohlfahrt, a matriz daquela que havíamos visto em Oberammergau. Procuramos um restaurante – era hora de almoçar – e entramos num que também tinha o bonequinho do vinho – abria uma janelinha de vez em quando. Comemos schnitzel de novo com linguiças, chucrute, salada e chopp. Marisa pediu um fricassê de frango com cogumelos – estávamos enjoados de cogumelos – disse ela que não estava bom, sem gosto. Bem, à noite iríamos jantar no Hotel Eisenhut – ao lado da loja do Natal, aí seria comida internacional! Depois do almoço fomos direto para a K”athe Wohlfahrt. A loja é linda para ver como os enfeites de natal são ecléticos, de vidro, madeira, musicais, de todos os tipos. Comprei alguns para lembrança, mas em geral são muito caros. Gostaria de ver a cidade de Rothenburg na época de Natal – há uma feira imensa na Marktplatz, onde são vendidos muitos artigos e comidas de Natal. Imaginem esse cenário com frio e neve!! Marisa comprou uma boneca com carinha de porcelana para a neta e a levou para o hotel. Enquanto isso eu e Ari visitamos um museu sobre a vida medieval e também uma exposição de pinturas. Quando eles retornaram, fomos caminhando pela cidade até a Burg Tor, uma das torres de saída da cidade, com um jardim florido e uma linda vista para o vale do Rio Tauber. Seguimos margeando a muralha que separa a cidade medieval, ruas calçadas e construções todas bem cuidadas e preservadas.
Uma esquina que encanta é a da Torre Siebersturm e da bifurcação Plönlein, antes disso vimos a fachada do Museu do Crime Kriminalmuseum e tiramos muitas fotos de casas e jardins.
E um café numa confeitaria perto de lá para curtir o visual. Mais uma torre antes de voltar ao Hotel – Rödertor e voltamos ao hotel. Assim foi nosso dia. Descansamos um pouco e à noite fomos brindar no Hotel Eisenhut. Pedimos somente entradas – uma torta de cebola eu lembro e sobremesa – pudim de leite com uns enfeites. Foi muito bom! Atendimento excelente, ambiente finamente decorado – imperdível!
Na cidade, existe nas confeitarias um doce chamado Schneebälle, bolota de massa frita coberta com chocolate, nozes ou açúcar, que experimentamos também em Fussen, mas não gostamos. Muito doce e com gosto de fritura como cueca virada.
Dia seguinte – final da viagem em Frankfurt!
Dia 25 de setembro – Rothenburg ob der Tauber a Frankfurt
As 8:30 saímos do hotel Markusturm, havia neblina com oito graus. Depois o sol foi aparecendo e a temperatura ficou em 14 graus. Deixamos Rothenburg para trás em direção a varias cidades antes de chegar a Frankfurt. Creglingen, R”ottingen, Weikershein e Tauberbishopsheim. Todas perto uma das outras. Na estrada vimos muita área agrícola e vinhedos. Também muitas abóboras empilhadas no acostamento. Parecia ser a produção encomendada aguardando o comprador. Na cidade de Creglingen elas faziam parte de todas as decorações das casas. Em cima das bicicletas, nos jardins e portas de casas. Incrível! Eu e Marisa só queríamos fotografá-las. Tanto que Ari e Aires ficaram admirando mais tarde as rodas dos tratores que encontrávamos nas estradas – para também admirar alguma coisa pois as abóboras nós duas já idolatrávamos!!
Rottingen e Weikershein ainda passamos com neblina. As duas ficam no vale do Rio Tauber – o mesmo de Rothenburg. Muita casa enxaimel, não só nas cidades, mas na estrada também. Em Weikershein paramos na Markplatz, mas ainda não estava movimentada. Só tiramos umas fotos, deveria ser encantadora mas seguimos para Tauberbishopsheim.
Em Tauberbishopsheim, estacionamos o carro, andamos a pé, era uma cidade maior, com muito comércio em volta da praça principal. Pedimos um café num restaurante com doces – sonhos e cucas de frutas– observamos que as atendentes faziam café, preparavam os pães e doces nos pratos para servir e ainda cuidavam do caixa. Um tanto bagunçado para a Alemanha. Mas saímos de lá mais aquecidos – fazia 12 graus ainda. Duas cidades que estavam no roteiro eram Bad Mergentheim e Lauda-Königshofen. Nestas só passamos, sem tirar fotos. A parte que vimos era bem industrial e a hora corria. A próxima seria Wurzburg, onde pretendíamos almoçar. A tarde, antes de chegar a Frankfurt, iríamos num Outlet, para comprar presentes para os brasileiros. Então, chegando a Wurzburg:
Wurzburg é uma cidade enorme e também encantadora – quase que totalmente reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, cortada pelo Rio Main (o mesmo de Frankfurt), cercada de parrerais de uva, fica na Francônia e é chamada de capital vinícola da região. Estacionamos o carro perto da Marktplatz, andamos a pé até o Rio Main, atravessamos a ponte Alte Mainbrücke apreciamos ao longe a Fortaleza de Marienberg. O Rio Main neste local é muito mais largo do que qualquer outro que lembro no momento. E esse conjunto forma um visual lindo da cidade. E a ponte parece a de Avignon em tamanho maior! Muitos turistas estavam lá no momento. Ficamos admirando um restaurante ali perto, lotado, todos na varanda curtindo aquele visual no meio da correria da cidade grande. E decidimos ainda não almoçar. Andamos a pé de volta a Marktplatz, passamos em frente a Rathaus, vimos mais abóboras na feira. Compramos uma lembrança para a Carina numa floricultura – com quem jantaríamos à noite, em Frankfurt e seguimos viagem. Saímos da cidade e logo entramos na auto-estrada, em direção ao Outlet. Acabou assim nossa viagem pela Rota Romântica: na auto-estrada. No outlet encontramos o que queríamos comprar, almoçamos num fast-food. Às 16:30 voltamos à auto-estrada, com trânsito que fluía rapidamente. E chegamos em Frankfurt sem dificuldades às 17:00. Nosso hotel era muito bem localizado, perto do Rio Main e da Altstadt, a duas quadras da praça do Euro (isso iríamos descobrir só no dia seguinte). Chamava-se Andina. Marisa ficou no hotel com as bagagens, eu, Ari e Aires fomos devolver o carro alugado na Hertz. Havíamos andado 3.521km durante a viagem! Deu tudo certo. A Hertz ficava bem perto da Hauptbahnhof de Frankfurt. Na volta pegamos um táxi. Era muito diferente andar de táxi! E ainda dirigido por um motorista negro falando alemão! Ele nos contou que vivia na Alemanha há mais de dez anos, e era nascido na Índia. À noite contamos nossas aventuras para a Carina, num restaurante italiano, num bairro residencial, sem turistas – o Sachsenhausen. Ela nos buscou no hotel e nos levou lá, antes passamos por vários pontos turísticos de Frankfurt – mas não tirei fotos pois no dia seguinte iríamos fazer o passeio do Hop on-Hop off (o do ônibus de dois andares, city-tour). Foi uma noite muito agradável, que passou muito rápido. Fomos os últimos a sair do restaurante! E perguntamos pra Carina se não era perigoso ela ir sozinha pra casa, naquela hora – depois da meia-noite. Ela respondeu: vocês estão na Alemanha e não no Brasil!!!!!!! Aqui é muito seguro andar à noite, com exceção da região da Hauptbahnhof. Pena não termos conhecido o marido dela, que estava em Munique – na abertura da Oktoberfest!
Dia 26 de setembro – último dia em Frankfurt
Neste dia tomamos café no Hotel Andina e logo saímos a pé para conhecer Frankfurt. Logo perto do hotel havia muitas obras. Carina nos contou que tudo estava sendo reconstruído, assim como era antes da Segunda Guerra Mundial. Atravessamos o Rio Main na ponte Eiserner Steg toda cheia de fitas e cadeados, dos turistas que a visitam. Deixamos nossa marca lá também. Depois seguimos até a Praça central de Frankfurt – Römerberg e coração da Altstadt. Vimos a Rathaus e mais prédios sendo reconstruídos. Na frente da obra sempre uma foto do edifício como era anteriormente, inclusive os bombardeados durante a Guerra. Depois de muitas fotos seguimos até o local onde pegamos o ônibus turístico. Foram duas horas mais ou menos no ônibus, passando pelos principais pontos turísticos da cidade. Não desembarcamos nas paradas, como Hauptbahnhof, Goethestrasse (alí é que estavam as lojas de grife que queríamos ver…) mas somente no ponto final, na praça da Paulskirche. Dali caminhamos até a praça do Euro e vimos de perto os arranha-céus que tanto contrastam com os belos prédios antigos. Commerzbank é um exemplo disso.
Almoçamos num restaurante indiano, bem perto de lá, Taj Mahal, na Keiserstrasse. A comida era deliciosa, e bem apimentada. Voltamos ao hotel para arrumar as malas e descansar um pouco. À tarde ainda saímos mais uma vez, ainda sobrou tempo para conhecer o MUSEU JUDEU, que ficava bem em frente à rua de nosso hotel. Muita segurança para entrar e visitá-lo, bem interessante a história do povo judeu em Frankfurt, desde sua fundação e desenvolvimento comercial, e somente nas últimas salas alguma coisa sobre a época da Segunda Guerra. Gostei de ler as explicações em alemão. Tem uma sala sobre Anne Frank. Bem, acabou a história dessa viagem.
Partimos para o Brasil via TAM e chegamos bem de volta ao Brasil. Cansados, mas felizes por termos tido muito boa companhia, eu particularmente por ter conseguido me virar com a língua alemã, me senti realmente segura e entendendo tudo, apenas achando que deveria praticar mais. Prontos para uma próxima! E querendo voltar a Europa, um continente que tem tudo a ver conosco!!
63 Comments
Muito linda a viagem de vocês, e, muito bem detalhada! Ao ler seu relato, conseguimos nos “transportar” para os belíssimos lugares descritos, ficando com ainda mais certeza de que este será um dos próximos roteiros que faremos! Grande abraço e, relatem novas aventuras!
Sander
Incrível acompanhar a viagem de vocês é como se estivéssemos lá….
Obrigado por compartilhar essa experiência inesquecível conosco.